A sífilis é uma doença infectocontagiosa, cujas taxas de transmissão vertical são exorbitantes, podendo chegar a 100%, dependendo do estágio da doença materna e da fase gestacional. O diagnóstico dessa infecção é simples, e seu rastreamento obrigatório durante o pré-natal adequado. A prevenção da sífilis congênita se dá unicamente no pré-natal, evidenciando a relação direta entre a frequência da enfermidade e a qualidade dos serviços de atenção básica e saúde da mulher. Assim, propõe-se analisar a incidência de sífilis congênita no Brasil, como indicador da assistência pré-natal durante os anos de 2009 a 2019. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, baseado em dados provenientes dos Boletins Epidemiológicos de Sífilis da Secretaria de Vigilância em Saúde. As variáveis em questão foram a incidência dessa infecção, bem como o momento do diagnóstico e a adesão das parturientes ao tratamento. Resultados: No período averiguado, constatou-se 181.450 casos de sífilis materna no Brasil, dentro desse total, 78,9% das mães declararam ter efetuado o pré-natal, enquanto apenas 1,5% afirmaram que não o fizeram, porém salienta-se que em 10.466 gestantes esse fator foi simplesmente ignorado. Quanto ao diagnóstico da sífilis, em 52,2% do total de casos, esse aconteceu durante o pré-natal, à medida que um valor considerável de 34,7%, deu-se apenas no momento do parto/curetagem. Ademais, ressalta-se que nos anos de 2009 e 2010 ainda prevalecia o diagnóstico apenas no momento do parto/curetagem. Por fim, mesmo sabendo que a identificação da doença é de suma importância para o seu tratamento, a adesão se mantém bastante reduzida: somente 3,67% das mães realizaram o tratamento de maneira adequada, enquanto em 55,7% esse foi inadequado, e não foi executado por 28,6% das mulheres. Resultados: Portanto, o levantamento desses dados permite a identificação de dois sérios entraves, no que tange ao controle da sífilis congênita: o alto número de diagnósticos ainda realizados após o parto, evidenciado um déficit na assistência pré-natal; e a ínfima adesão das mães ao tratamento, mesmo que fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. Esses aspectos perpetuam a transmissão vertical da doença, configurando uma grave questão de saúde pública, tendo em vista o elevado potencial de agravamento, especialmente fetal.
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