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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐352
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ASPERGILOSE PULMONAR APÓS COVID‐19: SERIE DE CASOS EM PACIENTES CRÍTICOS
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Jessica Fernandes Ramos, Isabela Carvalho Vieira da Cruz, Andre Lazzeri Cortez, Maristela Pinheiro Freire, Marcello Chaves Magri
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A doença causada pelo vírus SARS‐Cov2 e denominada COVID‐19 é importante causa de insuficiência respiratória com necessidade de suporte ventilatório em terapia intensiva. Assim como em pacientes acometidos pelo vírus Influenza, um aumento nos casos de aspergilose pulmonar invasiva tem sido relatado nestes doentes, com diagnóstico ainda controverso, chamado de CAPA (COVID‐19 associated pulmonary aspergilosis).

Objetivo: Descrever os casos de provável CAPA em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) por COVID‐19.

Metodologia: Foram avaliados retrospectivamente todos os casos internados em UTIs de hospital universitário na cidade de São Paulo entre março e julho de 2020. Os casos foram selecionados a partir da identificação de Aspergillus spp em espécime clínico. Dosagem de galactomanana não foi realizada rotineiramente.

Resultados: No período foram internados 1354 pacientes. Destes houve o crescimento de Aspergillus spp em 13 pacientes. Quatro foram excluídos e 9 casos foram analisados. Oito apresentaram PCR positivo para SARS‐COV2, enquanto um teve diagnóstico presumido por tomografia de tórax (TC) e evolução compatível. 5/8 pacientes apresentavam pneumopatia previa (4 DPOC e 1 Asma), dois eram diabéticos. Todos os pacientes estavam sob ventilação mecânica e 60% faziam o uso de corticosteroides. Nenhum paciente estava neutropênico. O escore de gravidade clínica SAPS3 do dia da cultura positiva variou entre 65 e 98. Todos apresentavam cultura para Aspergillus spp. em trato respiratório, sendo apenas uma em lavado brônquico e as demais em secreção traqueal. Não foram realizadas tomografias computadorizadas no momento do diagnóstico. Apenas um paciente realizou a pesquisa de galactomanana sérica, com resultado negativo. Nessa coorte três pacientes foram tratados para o quadro de CAPA, dois com anfotericina B e um com voriconazol, os três vieram a óbito. Entre os não tratados, 2/5 evoluíram a óbito nos primeiros 30 dias de doença. Nenhum foi submetido à necropsia.

Discussão/Conclusão: A incidência de CAPA nos estudos publicados varia entre 20 e 30% dos doentes críticos. Nossa casuística foi limitada por fatores como a não procura sistemática de fungos, quer em meios específicos ou com o uso conjunto de biomarcadores. Além disso, procedimentos invasivos como broncoscopia e biopsia não foram realizados pelo alto risco ocupacional associado. Deve‐se suspeitar de aspergilose pulmonar como causa de infecção secundária nos pacientes gravemente enfermos.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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