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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐045
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ANEMIA FALCIFORME E INFECÇÃO POR SARS‐COV‐2: SÉRIE DE CASOS
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Diana M.G.A. Novais, Regina C. Ramos, Ana L.N. Gonçalves, Paula T. Lyra, Maria A.W. Rocha, Danielle D.C. Souza, Maria C.G. Maciel, Ana C.A.M. Falcão
Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
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Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: Anemia falciforme (AF) é uma hemoglobinopatia hereditária com susceptibilidade aumentada a infecções, sobretudo por bactérias encapsuladas. Outra complicação relevante é a ocorrência de fenômenos vaso‐oclusivos (FVO). A síndrome torácica aguda (STA), um tipo de FVO, é um dos maiores motivos de internamento e a principal causa de mortalidade. A pandemia atual do SARS‐CoV‐2 denota a importância da investigação de COVID‐19 em portadores de AF com síndrome respiratória aguda.

Objetivo: Descrição clínico‐laboratorial de pacientes portadores de AF com síndrome respiratória aguda e suspeita de COVID‐19.

Metodologia: Estudo descritivo transversal, série de casos, entre mar‐out/2020, em serviço de referência de infectologia pediátrica. Incluídos todos pacientes portadores de AF com suspeita de infecção por SARS‐COV2. A confirmação da COVID‐19 foi determinada pelo RT‐PCR.

Resultados: Avaliados 13 pacientes, 53% masculino, média de idade de 8a (intervalo: 1 a 12a). Todos apresentaram febre e fizeram uso de antibioticoterapia durante a internação hospitalar. 23% apresentaram crise álgica aguda à admissão. Todos tinham quadro clínico sugestivo de STA, destes, 61% necessitaram do uso de cateter nasal de O2. 23% dos pacientes foram transferidos para UTI pediátrica, porém nenhum deles tiveram necessidade de suporte ventilatório mecânico. Todos os pacientes encaminhados para a UTI apresentavam suas provas inflamatórias elevadas. 67% apresentaram Hb da admissão<7g/dL com necessidade de transfusão de concentrado de hemácias. Todos os que tiveram o D‐dímero solicitado na admissão apresentaram este acima do limite superior da normalidade (0,5μg/dL), com valor máximo encontrado de 10,9μg/dL. Duas pacientes apresentaram o RT‐PCR detectável para SARS‐CoV‐2. Ambas apresentaram alterações em tomografia de tórax, como consolidação em vidro fosco nos seguimentos basais dos lobos pulmonares.

Discussão/Conclusão: A taxa de complicações da AF do tipo FVO, como STA ou crise álgica aguda, foi comum na maioria dos pacientes. Todos os pacientes encaminhados para o serviço de infectologia, preenchiam critérios para STA, assim como para suspeição de COVID‐19. D‐dímero se mostrou elevado mesmo nos pacientes com o RT‐PCR não detectável. A prevalente antibioticoterapia empírica foi baseada nas etiologias bacterianas da STA. Conclui‐se que pelo quadro clínico‐laboratorial semelhante entre a STA da AF e a COVID‐19, é necessária atenção redobrada para o diagnóstico diferencial nesta população que se apresenta com sindrome respiratória aguda.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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