IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA Dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A forma mais grave da doença, a febre hemorrágica da dengue, é uma recorrente causa de mortalidade e um significativo problema de saúde pública que apresenta preocupante crescimento.
ObjetivoAnalisar perfil epidemiológico, mortalidade, permanência e custos associados às internações por Dengue Clássica e Hemorrágica no estado de Goiás entre 2014 e 2023.
MetodologiaTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo de base populacional, realizado mediante dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS). Foram analisadas as internações por Dengue no período 01/01/2014 a 31/12/2023, selecionando-se as morbidades de Dengue Clássica (DC) e Febre hemorrágica devida ao vírus da dengue (FHD) do Capítulo I da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Foram aplicadas as seguintes variáveis: sexo, etnia, faixa etária, mortalidade, caráter de atendimento, internações, permanência e custo. A análise estatística foi realizada no software R Studio 4.3.2 a partir do Teste Qui-Quadrado e Teste t de Student, considerando um nível de significância de 5%.
ResultadosGoiás registrou 48.171 internações por dengue no período. O perfil epidemiológico revelou prevalência do sexo feminino (55,2%), cor parda (37,3%) e faixa etária de 30 a 49 anos (29,7%), com predomínio de atendimentos de urgência (95,7%). Observou-se uma média de 401,4 internações mensais e mortalidade total de 0,75%. A média de permanência mensal por internação foi de 2,8 dias e o custo médio mensal foi de 340,17R$ por internação. As internações decresceram no período, com mínimo em 2023. No entanto, a taxa de mortalidade foi crescente, atingindo valor máximo em 2023, com 1,4% para DC e 7,91% para a FHD, em comparação às menores taxas de 0,14% e 1,87% em 2014, respectivamente. A FHD correspondeu a 8,1% das hospitalizações, com média de 32,5 internações mensais e uma maior mortalidade (3,5%) em relação à DC (0,5%) (p < 0,001). A média de permanência foi significativamente maior (4,3 dias) em comparação à DC (2,7 dias) (p < 0,001), com custo médio por internação igualmente elevado (717,3R$) em relação à DC (323,4 R$) (p < 0,001).
ConclusõesEm Goiás, a dengue causou cerca de 400 internações por mês. Embora as internações tenham reduzido no período, houve aumento alarmante na taxa de mortalidade, com alta prevalência da forma hemorrágica, resultando em custos elevados e hospitalizações de maior permanência.