XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA hepatite A, conhecida como “Hepatite Infecciosa”, é uma infecção aguda causada pelo vírus A (HAV). O HAV tem como sua principal via o contágio fecal-oral, através do contato inter-humano ou por meio de água e alimentos contaminados. As melhorias no saneamento básico e o desenvolvimento de vacinas altamente eficazes reduziram a ocorrência dessa infecção ao longo dos últimos anos. À exemplo, a partir do Programa de Imunização Universal contra o HAV para faixa etária de 1 a 2 anos incompletos, em 2014. Entretanto, o vírus persiste em populações suscetíveis: aqueles não vacinados ou infectados anteriormente, logo, seus altos índices de incidência demonstram falhas na saúde pública. Este artigo analisa o perfil epidemiológico da Bahia no período de 2010-2020, com o objetivo de identificar a incidência do vírus ao longo dos anos e o impacto da vacina na diminuição de novos casos.
MetodologiaTrata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo produzido por meio da análise de dados referentes à hepatite A, na Bahia, entre os anos de 2010 e 2020, disponíveis na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, DATASUS. Foram utilizados critérios de macrorregiões de saúde para esta pesquisa.
ResultadosDe acordo com a análise dos casos confirmados notificados por macrorregião de saúde da residência, o HAV acometeu 1.817 indivíduos no período de 2010 a 2020. A região Norte da Bahia (Núcleo Regional de Saúde – Juazeiro) denotou maior prevalência de eventos, correspondendo a 569 infectados (31,315%), seguida pela região Centro- Norte (Núcleo Regional de Saúde – Jacobina) com 264 casos (12,529%). A partir de 2010 observou-se uma evolução não linear de infecção pelo vírus A, porém em 2014 foi verificada uma diminuição não linear em comparação aos 4 anos antecedentes. Dessa maneira, em 2020, 5 regiões zeraram o número de casos, exceto a região Nordeste com apenas 1 caso, a região Sul com 2 casos e as Regiões Norte e Centro-Norte com 3 casos isoladamente.
ConclusãoEsse estudo revelou que, desde 2010 a 2020, regiões baianas foram afetadas de forma considerável pelo vírus da hepatite A. Contudo, observa-se que em 2014 o início do Programa de Imunização Universal contra o vírus A coincidiu com a redução do vírus entre a população da Bahia em contraste aos anos antecedentes à aplicação (2010-2014). Assim, no intervalo de 2014 a 2020 a eliminação do HAV alcançou 5 das 9 regiões do estado.