XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA sepse é definida como uma resposta inflamatória sistêmica, com presença de foco infeccioso. É um importante problema de saúde pública, com alta taxa de mortalidade, representando a principal causa de morte em pacientes tratados em unidade de terapia intensiva. A maior incidência de sepse deve-se ao envelhecimento da população, a procedimentos mais invasivos, ao uso de fármacos imunossupressores, assim, espera-se que esta tendência se acelere no futuro. Dessa forma, esse estudo pretende caracterizar e quantificar os pacientes que foram à óbito por sepse no Brasil no período de 2015 a 2020.
MétodosO presente artigo se trata de um estudo transversal sobre óbitos por septicemia na população brasileira, entre os anos de 2015 e 2020. Os dados foram coletados através do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/SUS) utilizando os seguintes parâmetros: lista CID-10 em septicemia, faixa etária, sexo, ano do óbito, raça e local de ocorrência.
ResultadosNos anos de 2015 a 2020, 1.119.236 pessoas foram a óbito por septicemia no Brasil segundo o SIM/SUS, sendo que 2015 apresentou a menor contagem com 18.595 óbitos, enquanto 2019 apresentou a maior contagem com 21.671 óbitos. Com base nos dados, foi possível perceber que o sexo feminino foi mais afetado que o masculino com uma contagem de 3.601 óbitos de diferença. Referente à faixa etária, a mais acometida foi a dos idosos de 80 anos ou mais, deixando as menores contagens para crianças entre 5 e 10 anos, que apresentam 0,7% do total. Ademais, os pacientes brancos foram mais afetados, representando 52,5% dos 119.236 óbitos, enquanto a população indígena representa apenas 0,3% do valor total. O último dado coletado foi o local onde ocorreram esses óbitos, mostrando que 89,1% ocorreram no ambiente hospitalar, seja por procura tardia ou por início de septicemia dentro do próprio hospital.
ConclusãoPode-se concluir, que a maioria dos óbitos ocorreu em ambiente hospitalar, apontando para a necessidade de aprimoramento nos protocolos de prevenção e tratamento. Campanhas de conscientização são fundamentais para prevenir a doença em populações vulneráveis.