XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA meningite é uma doença infectocontagiosa, que possui elevada patogenicidade, sendo ocasionada por um processo inflamatório das membranas cerebrais e do líquido cefalorraquidiano que envolvem o sistema nervoso. A meningite viral é mais frequente, porém a bacteriana é mais preocupante, pois apresenta maior taxa de morbimortalidade. A transmissão ocorre de forma interpessoal através das vias respiratórias, por gotículas ou secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato direto com as secreções respiratórias do paciente. Trata-se de uma doença na qual o diagnóstico é eminentemente clínico de confirmação laboratorial e de notificação obrigatória. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi analisar o perfil epidemiológico dos casos de meningite na Bahia durante o período de 2018 a 2023 e sua notificação, visto a significativa diferença de casos confirmados desse intervalo temporal se comparado com os anos anteriores.
MétodosPara a análise do perfil epidemiológico da taxa de meningite no estado da Bahia, foram utilizados dados do período de 2018 a 2023 retirados do DataSUS, o qual é abastecido pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Incluiu-se como estratos variáveis sociodemográficas como o município e o sexo, a evolução da doença e indicadores para a análise das taxas de meningite, como as taxas de letalidade e de mortalidade.
ResultadosDurante o período foram notificados 1.034 casos de meningite no sexo masculino e 727 no sexo feminino. Conforme o município de notificação, as três cidades com maiores índices foram Feira de Santana, Vitória da Conquista e Salvador. Foram contabilizados no total 283 óbitos por meningite na Bahia, a taxa de letalidade foi de aproximadamente 26,3% e o ano com maior quantidade de casos confirmados foi em 2022 com 452. De 2017 para o início do período analisado houve um avanço significativo de notificações, em 2017 foram 16 e em 2018 foram 450. A taxa de mortalidade foi maior no ano de 2022 no qual foram notificados 79 óbitos.
ConclusãoA divulgação das diferenças ecoepidemiológicas entre as regiões e os períodos analisados é essencial para a análise, com o intuito de reforçar as medidas de notificação junto à Vigilância Epidemiológica e evitar subnotificações, diminuindo a propagação da doença e promovendo estratégias de prevenção em conjunto com a população e de tratamento.