XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA malária é uma doença febril infectoparasitária causada, pelos protozoários Plasmodium, principalmente P. falciparum, P. malariae, P. vivax e P. ovale. A prevalência dessa patologia é mais alta nas regiões tropicais do planeta. Na região extra-amazônica, a exemplo da Bahia, onde a malária não é endêmica, a doença é de notificação compulsória imediata. Dessa forma, a seguinte pesquisa objetiva analisar o padrão epidemiológico dos casos notificados de malária na Bahia.
MétodosTrata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa, com dados de 2013 a 2022. Foram selecionados os casos de malária confirmados notificados no sistema de informação de agravos de notificação no estado da Bahia, levando em consideração as variáveis ano do primeiro sintoma, faixa etária, sexo, macrorregião de saúde e resultado do parasitológico. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, hospedado no DATASUS.
ResultadosNo período avaliado, foram notificados 301 casos de malária na Bahia. Quando analisado o ano do primeiro sintoma, 2018 é o que tem a maior quantidade de casos, 89, seguido de 2021 com 79 casos e 2022 com 22. Os números de 2018 e 2021 chamam atenção, uma vez que em 2017 apenas 11 pessoas iniciaram os sintomas, em 2019 e 2020 somente 13 e em 2022 o valor volta a descer com 22. As macrorregiões de saúde da Bahia com maior prevalência de malária foram as sul e leste, com 92 casos cada, seguidas do extremo sul, com 85. Somadas, elas correspondem a 89,37% do total de notificações nos últimos 10 anos, durante esse tempo, as outras seis macrorregiões concentraram entre 4 e 7 casos cada. Os indivíduos entre 20 e 39 anos corresponderam à faixa etária mais prevalente, com 140 casos, seguida daqueles entre 40 e 59 anos, com 80. Ademais, 71,09% do total de pacientes notificados nesse período é do sexo masculino. No que diz respeito ao resultado do exame parasitológico, 76,07% dos casos resultaram em P. vivax, enquanto 19,93% em P. falciparum. Entre 2013 e 2022 foi registrado apenas um caso de P. ovale no estado, em 2015.
ConclusãoO presente estudo constatou que, entre 2013 e 2022, houve dois períodos de grande disseminação do parasita, 2018 e 2021, sendo que nos demais anos não há muita variação do número de casos. Além disso, há uma maior tendência de casos no sexo masculino e entre os adultos. Também foi observado que a espécie de maior prevalência na Bahia corresponde ao P. vivax