A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível de lenta evolução que pode ser classificada em: primária, secundária, terciária e latente. Tal infecção é um grave problema de saúde pública, responsável por altos índices de morbimortalidade intrauterina e de agravos maternos. O objetivo deste trabalho foi verificar a incidência de sífilis em gestantes, os casos e a taxa de detecção de gestantes infectadas e suas variáveis associadas (idade gestacional, faixa etária, escolaridade, raça, tratamento e classificação clínica) por ano de diagnóstico de 2009 a 2019 no Brasil.
MetodologiaTrata-se de um estudo epidemiológico descritivo de base populacional de pacientes gestantes com sífilis no Brasil. Os dados foram obtidos a partir de consultas as bases de dados DCCI (Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis) e SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) pelo programa TabNet. O período escolhido foi de 2009 a 2019. Também foram utilizados como referência artigos obtidos nas bases de dados Scielo e Pubmed por meio da busca utilizando as palavras chave “syphilis”, “pregnancy” e “congenital syphilis”.
ResultadosAo analisar os dados obtidos, percebe-se que o número de casos de 2009 a 2019 aumentou mais de 12 vezes. A sífilis primária é o tipo mais comum entre as gestantes (cerca de 29,1%), seguida pela latente com 28% dos casos. A faixa etária com maior número de casos é entre 20 a 39 anos (cerca de 52,8%) e a menor é entre 40 a 59 anos. A maior frequência foi observada em gestantes com ensino médio completo ou incompleto, estando de acordo com a faixa etária observada. Nos três trimestres da gestação foram observados números de casos parecidos, porém houve mais diagnósticos no primeiro trimestre. Em relação à raça, as pardas apareceram com maior frequência. Já sobre o tratamento, o mais utilizado é a penicilina (89,5% dos casos), enquanto cerca de 5% das gestantes não realizaram qualquer tratamento.
ConclusãoO estudo da sífilis em gestantes é necessário diante dos benefícios potenciais que a aplicação de medidas profiláticas, diagnósticas e terapêuticas podem acarretar. O aumento significativo no número de casos de sífilis no período analisado mostra a necessidade de políticas de educação sexual mais efetivas no Brasil, buscando atingir o controle dessa infecção.