XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoSepse é definida como resposta imune desregulada, resultante de uma infecção presumida ou confirmada, levando a disfunção orgânica. A terapêutica desse quadro exige equipe e ambiente qualificados para lidar com possíveis complicações, cuja evolução tende a ser letal se não conduzida adequadamente. Assim, apesar do avanço científico hodierno, reconhecer o quadro de forma eficiente e tratá-lo em tempo hábil persiste enquanto desafio para a medicina. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise descritiva do número de internações e óbitos por sepse no Brasil entre 2018 a 2022, buscando compreender as taxas de infecção generalizada resultantes em internações e óbitos no Brasil.
MetódosEstudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com coleta de dados no Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS, segundo variáveis de sexo, idade, ano e região relacionadas ao número de internação e óbitos por sepse entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022 no país. Aplicada estatística descritiva por meio do software Microsoft Excel.
ResultadosEntre 2018 a 2022, 660.247 pacientes foram internados e 299.859 foram a óbito devido a sepse no SUS. Ao longo dos anos, o número de casos aumentou 11% entre 2018-2019, reduziu 14% entre 2019‒2020, reduziu 2,6% entre 2020‒2021 e aumentou 30,8% de 2020‒2022. A região sudeste representou 51% do total de internações durante o período do presente estudo e 55,2% dos óbitos. Em segundo lugar, encontra-se a região nordeste, concentrando 19,19% do número de internações, seguida pela região sul com 19,14% e pela região norte com 5,63%. Já, a região centro-oeste registrou os menores números, contando com 4,9% das internações e 4% dos óbitos. A faixa etária mais acometida foram os idosos a partir dos 60 anos, a qual correspondeu a 59% das internações e 74 % dos óbitos, sendo a maior taxa observada. A proporção de internações, bem como de óbitos, se aproximou da proporção 1:1 para ambos os sexos.
ConclusãoA região do Brasil com o maior número de internações por sepse foi o Sudeste. Já a região Centro-Oeste apresentou o menor número de internações no período analisado. Não houve diferenças de internações ou óbitos entre o sexo masculino e feminino e a faixa etária com maior vulnerabilidade foi a de idosos a partir de 60 anos. É importante ressaltar que os resultados apresentados neste estudo requerem maior aprofundamento epidemiológico, na medida em que a subnotificação das internações foi uma limitação.