XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA toxoplasmose é uma doença zoonótica de distribuição universal causada pela infecção do parasita intracelular obrigatório Toxoplasma gondii. Já a toxoplasmose congênita é uma via das formas de transmissão da infecção, sendo adquirida pela mãe durante a gestação ou recrudescência de infecção crônica em imunossuprimidas. O objetivo é analisar a incidência da toxoplasmose congênita nas regiões brasileiras durante o período de 2019 a 2022.
MétodosEstudo epidemiológico, descritivo, transversal e retrospectivo, com abordagem quantitativa, de balanço série temporal que utiliza como base de dados o Sistema de Informações de Agravos de Notificações, hospedados no DATASUS, sobre a incidência de toxoplasmose congênita nos anos de 2019 a 2022. Observou-se as variáveis de ano de notificação e região de notificação.
ResultadosNo período analisado, houve um total de 40.732 notificações de novos casos supracitados no Brasil, sendo, em 2019, 8.436 (20,71%), em 2020, 9.126 (22,40%), em 2021, 11.050 (27,12%) e em 2022, 12.120 (29,75%). O estudo constatou que entre 2019 e 2022 ocorreu um aumento da frequência de novos casos de toxoplasmose congênita em 43,66%. O Sudeste apresenta, em valores absolutos, a maior relação de incidência pelo período dos 4 anos, com um total de 12.800 (31,42%) casos, seguido pelo Nordeste, com o valor de 11.561 (28,38%). E em relação às taxas isoladas por ano, em 2022, o Nordeste apresentou o maior montante, com 3.855 (31,80%) casos, seguido do Sudeste, com 3.805 (31,39%). Já o Centro-Oeste, registrou os menores valores de incidência, com 3.140 (7,70%), seguido do Norte, com 5.187 (12,73%).
ConclusõesO presente estudo verificou, de forma geral, um aumento significativo da incidência de novos casos pelo período de 2019 a 2022, possuindo maior incidência no Sudeste, apesar do Nordeste ultrapassar em quantidade absoluta de casos no ano de 2022. O reconhecimento dessa tendência nas diferentes regiões pode ser útil para estratégias de vigilância epidemiológica, haja vista os grandes impactos na saúde pública, dando maior ênfase no Sudeste, que apesar de ser a região mais abastada do Brasil, carece de ações de importância a ampliar os recursos das equipes de saúde para a detectar precocemente, prevenindo o risco as futuras crianças. Além disso, por ser um quadro restritivo a um grupo populacional, há a possibilidade de subnotificação, por depender estatisticamente dos valores obtidos pelo pré-natal e pós-parto.