XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa que continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil, e tem se observado um aumento considerável de Mycobacterium tuberculosis drogas resistentes (Mtb-DR) no país, devido as deficiências no diagnóstico e tratamento da TB. Os métodos atuais apresentam limitações na detecção de resistência a drogas ou estão associados a alto custo de implantação e manutenção, tornando-os inviáveis para utilização na rede de diagnóstico no país. Diante disso, existe a necessidade do desenvolvimento de um sistema de diagnóstico molecular rápido, de baixo custo e eficiente para identificar as formas de Mtb-DR. Sendo assim, o presente estudo objetivou avaliar o desempenho de um sistema de PCR em tempo real in house com insumos nacionais (qnPCR) para detecção de Mtb com resistência à rifampicina (RIF) e isoniazida (INH) comparando com testes padrão ouro.
MétodosUm total de 26 cepas Mtb-DR foram analisadas por qnPCR comparando com os métodos MGITTM e Xpert MTB-RIF. Extração de DNA das cepas foi realizada seguida de quantificação em espectrofotômetro NanoDropTM. Os ensaios de qnPCR foram realizados em triplicatas com o kit Biomol MTB/MDR (IBMP) usando como genes alvos: IS6110 (Mtb sensível), rpoB (resistência à RIF), katG e inhaA (resistência à INH). O método ΔCt foi utilizado para determinar a resistência e sensibilidade. A cepa de referência usada foi a H37Rv.
ResultadosCom base no perfil de resistência pelo método MGITTM: 12 cepas multidroga resistente - MDR (46,2%), nove monorresistentes (34,6%), três polirresistentes (11,5%) e duas resistentes à rifampicina - RR (7,7%). O Xpert MTB-RIF detectou 14 cepas RR (53,8%) e 12 sensíveis (46,2%). Com relação a qnPCR, foram detectadas 19 cepas resistentes à INH (73,1%), 15 cepas RR (57,7%), e 15,4% foram sensíveis a ambas as drogas, onde mostram resistência a outro tipo de fármaco pelo MGITTM. Comparando a qnPCR com o MGITTM, foi observado uma concordância dos resultados em 92,3% das amostras para resistência à INH e 88,4 para RR. Na comparação dos métodos moleculares qnPCR e Xpert MTB-RIF, não houve divergência de resultados.
ConclusãoOs resultados evidenciam a eficiência do sistema de qnPCR para deteção de Mtb resistentes à rifampicina e isoniazida. A divergência em alguns resultados com o método MGITTM, já era esperado visto que são testes diferentes, um fenotípico e um molecular. Apesar disso, a concordância de resultados foi significativa.