12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: CAPES
Introdução: Em dezembro de 2019, o Sars‐Cov‐2 foi identificado como agente etiológico da doença causada pelo novo coronavírus (COVID‐19) e se espalhou rapidamente pelo mundo. A COVID‐19 pode causar diversas alterações sistêmicas e já foram encontradas alterações em marcadores laboratoriais de inflamação, função renal, cardíaca e hepática que podem ser correlacionadas com pior prognóstico do paciente.
Objetivo: Descrever os marcadores laboratoriais: contagem de linfócitos totais, creatinina sérica (mg/dL) e Proteína C‐Reativa (PCR–mg/dL) e analisar a carga viral (Cycle Treshold ‐ CT) de pacientes hospitalizados com COVID‐19.
Metodologia: Foram incluídos dados de pacientes admitidos no Hospital São Paulo (HSP) com consecutivas amostras positivas de RT‐qPCR para COVID‐19, os quais possuíam dados dos marcadores laboratoriais no período de 24 horas anterior ou posterior a coleta do exame (32/51). As informações sobre os marcadores laboratoriais foram obtidas através do Sistema de Gestão do HSP. Os valores de CT foram obtidos através do banco de dados do Laboratório de Virologia Clínica.
Resultados: A mediana de idade dos pacientes foi de 58±13 anos, sendo o sexo masculino 78,1% (25/32). A mediana do CT foi de 26±4 e dos dias de positividade foi de 19±16. Foi observada linfopenia (mediana: 867/μL, 87‐2075/μL), sendo mais evidente entre mulheres (mediana: 450/μL), e elevação da PCR (mediana: 85,91mg/dL, 2,24‐193,24mg/dL), ambos sem significância estatística na comparação com o CT e o sexo. Foi observado aumento nos níveis séricos de creatinina (mediana: 1,6mg/dL, 0,33mg/dL ‐ 15,7 5mg/dL) com significância estatística entre homens e mulheres (mediana: feminina–0,62mg/dL; masculina–1,69mg/dL; p=0,002), não havendo significância quando comparado ao CT.
Discussão/Conclusão: Marcadores laboratoriais são comumente encontrados alterados em pacientes hospitalizados. Ainda que tenha sido observada diferença numérica entre as medianas da contagem de linfócitos e PCR, não se pode observar diferença estatística quando comparados o CT e ao sexo, apesar de já terem sido descritos o aumento dos níveis de PCR e linfopenia em pacientes internados graves. Pode‐se observar elevação nos níveis séricos de creatinina do grupo masculino, o que já foi observado em pacientes cardíacos internados com COVID‐19, sendo associado com pior curso clínico da doença. Em conclusão, houve aumento nos níveis séricos de creatinina de pacientes internados com COVID‐19 e não se pode notar significância estatística entre os níveis de PCR e na contagem de linfócitos.