A década de 80 foi marcada pela descoberta da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), uma patologia que acomete o sistema imunológico, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). O HIV/Aids é um problema de saúde pública, que requer atenção quanto ao seu controle e medidas de prevenção. O tratamento farmacológico apresenta, desde a sua descoberta, uma possibilidade de controle da doença e maior sobrevida aos pacientes soropositivos. Ações voltadas para a promoção da adesão terapêutica, e o estímulo a metodologias que permitam um diagnóstico precoce, garantem maior efetividade no manejo destes pacientes. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar a taxa de adesão à terapia antirretroviral e o perfil epidemiológico de pacientes com HIV/Aids internados em um hospital universitário.

Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo realizado a partir da avaliação de prontuários e registros de dispensação de Terapia Antirretroviral (TARV) de pacientes adultos diagnosticados com HIV/Aids internados em um hospital universitário localizado no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, no período de 2013 a 2018. Foi considerado como taxa de adesão ideal ao tratamento a ingesta da TARV maior ou igual a 95%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (Número do Parecer: 3.177.354).

Entre os 223 pacientes que fizeram parte do estudo, 53,40% eram do sexo masculino, 33,18% correspondiam a faixa etária de 40 a 49 anos, e 80,26% eram residentes do município de Juiz de Fora. Ressalta-se que 141 pacientes (63,23%) viviam com HIV há mais de 1 ano, em uso de TARV, e 82 (36,77%) receberam o diagnostico no momento da internação. A taxa de adesão ao tratamento foi de apenas 8,51% entre os pacientes em uso de TARV.

O perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticado com HIV/Aids que fizeram parte deste estudo é semelhante ao de outros trabalhos realizados no Brasil. A baixa taxa de adesão ao tratamento entre os pacientes hospitalizados com HIV/Aids reforça a importância de se realizar ações educativas e de conscientização sobre o uso correto dos medicamentos visando proporcionar uma melhor qualidade de vida e consequentemente menos hospitalizações para esses pacientes, impactando também na redução dos custos do sistema público de saúde.