IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA dengue, doença infecciosa de vírus de RNA, é transmitida pela fêmea de mosquitos do gênero Aedes. Afetando principalmente populações de países tropicais, a doença atingiu cerca de 2.956.988 pessoas nos primeiros três meses e meio de 2024 no Brasil. A urgência de medidas pioneiras de controle da transmissão da doença, somada a novas tecnologias, faz com que a expressão de proteínas de RNA em etapas tardias do desenvolvimento do mosquito seja realidade.
ObjetivoIdentificar a influência da proteína Loqs2 no controle do vírus da dengue (DENV).
MetodologiaPara esta revisão narrativa, foram lidos 10 artigos das bases de dados SciELO, PubMed e Medline com os descritores “dengue”, “Loqs 2” e “controle”, conectados por “and”. Bases teóricas lançadas anteriormente ao ano de 2009 e que fugiam ao tema foram excluídas.
ResultadosEstudos apontam que um dos principais meios de defesa antiviral em insetos é feito pela pequena via de RNA interferência (siRNA). Para entender o processo, tem-se que o RNA de fita dupla do vírus é processado pela enzima Dicer-2 em siRNA e é carregado na proteína nuclease Arganaute-2, que forma o complexo silenciador induzido por RNA (RISC). Este quebra os RNAs virais complementares, inibindo a replicação viral. As proteínas Loquacious (Loqs) e R2D2 estão no mesmo genoma, possuem funções distintas e têm importante papel na síntese e no carregamento de pequenos siRNA para RISC. Loqs 2, uma proteína ligadora de RNA de fita dupla específica para mosquitos do gênero Aedes, está envolvida no controle de infecção pelo DENV. Localizada no núcleo das células específicas de estágio e de tecido presentes nos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopíctus, a proteína está principalmente em tecidos reprodutivos e embriões em fase inicial. À medida que o mosquito evolui, sua expressão diminui, já que não se encontra em larvas. Todavia, há comprovação de uma maior atividade dessa proteína no intestino médio do mosquito.
ConclusõesDe fato, o mosquito transgênico projetado para expressar Loqs 2 ectopicamente faz com que haja uma parada de desenvolvimento em estado larval. Todavia, não é de forma definitiva, apenas há o retardo de crescimento da larva em comparação com larvas de estudo-controle. Ademais, a expressão ectópica de Loqs 2 no intestino médio dos mosquitos do gênero Aedes é suficiente para impedir o desenvolvimento e a transmissão do vírus da dengue, o que traz perspectivas positivas para estudos futuros.