Journal Information
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 144
Full text access
ABSCESSO DE ÍLIOPSOAS SECUNDÁRIO A PROSTATITE AGUDA: UM RELATO DE CASO
Visits
1821
Leonardo Pessanha Cordeiro, Danielli Aparecida de Souza Silva, Myllena Cabral dos Santos
Faculdade de Medicina de Campos (FMC), Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S1
More info

O abscesso de íliopsoas (AIP) é uma condição rara cuja incidência é desconhecida no Brasil, estima-se 0.4 casos/ano a cada 100.000 pessoas no Reino Unido. Homens são mais acometidos numa proporção de 1,62:1 em relação as mulheres e a idade média de apresentação é de 52 anos. O AIP pode ser primário quando originado por disseminação hematogênica, sendo o Staphylococcus aureus o principal agente, ou secundário que é o mais comum, causado por disseminação local de processos infecciosos intra-abdominais. Paciente masculino, 46 anos, negro, motorista, hígido, admitido em pronto socorro com relato de dor refratária em membro inferior direito de maior intensidade em região inguinal e face interna da coxa, com limitação funcional do quadril direito. Referia piora da dor à deambulação e melhora em decúbito dorsal com flexão da coxa sobre o quadril a 90º. Durante a internação alegou tratamento prévio há 60 dias para prostatite aguda. Ao exame físico admissional apresentava-se em posição antálgica no leito com rotação externa e flexão da coxa sobre o quadril direito a 90º. Os exames laboratoriais evidenciaram leucocitose com desvio a esquerda, trombocitose e elevação de ureia. Inicialmente, foi solicitada ultrassonografia de abdome total e, posteriormente, tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve que confirmou o diagnóstico de AIP. O tratamento instituído foi drenagem percutânea do abscesso retroperitoneal, seguido de implantação de dreno e antibioticoterapia, que resultou em significativa diminuição/resolução do abscesso. O AIP é uma doença infecciosa, de início insidioso que resulta em diagnóstico tardio e aumento da morbimortalidade. A clínica inclui uma tríade típica de febre, dor nas costas e claudicação, presente em 30% dos casos. O AIP primário representa aproximadamente 30% de todos os casos e possui correlação com a imunossupressão, já o secundário têm como causa mais comum a doença de Crohn. O caso descrito trata-se, de um abscesso secundário possivelmente relacionado a um evento prévio de prostatite aguda. A TC é considerada o padrão ouro, podendo ser realizada para o diagnóstico definitivo e também para orientar as drenagens. Preconiza-se para o tratamento o uso de antibióticos e a drenagem do abscesso. A recidiva ou persistência dos abscessos variam de 14% a 29% e podem estar relacionados a drenagem inadequada. A cura é considerada quando ocorre melhora clínica e radiológica sem evidência de recidiva em 2 anos ou mais.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools