XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Transmitida pelo contato com indivíduos não tratados, ela acomete a pele e os nervos periféricos e atinge pessoas de qualquer sexo ou idade, possuindo diferentes formas clínicas. Em virtude de sua alta prevalência e curso progressivo, a hanseníase é considerada um importante problema de saúde pública em todas as regiões do Brasil, em especial nas de baixa renda. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar os aspectos epidemiológicos da hanseníase no estado do Amapá entre os anos de 2018 e 2022.
MetodologiaFoi realizado um estudo descritivo com o uso de dados secundários, coletados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos (SINAN), disponíveis na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)
ResultadosDurante o período analisado, houve a notificação de 590 casos totais de hanseníase no estado do Amapá. Na medida em que os anos de 2018 e 2019 destacam-se, com 26,4% e 27,8% dos casos respectivamente, observa-se uma queda nos anos subsequentes. A análise de casos por sexo demonstra que os homens representam 69,5% dos casos totais da doença. Além disso, evidencia-se a predominância de casos em indivíduos de cor parda (71,8%) em relação às demais etnias. A faixa etária mais acometida foi a de jovens e adultos com idade entre 20 e 39 anos. Também é perceptível a concentração das notificações de casos na capital Macapá, com 83,2% do total. Em relação à escolaridade, nota-se uma quantidade significativa de indivíduos com ensino fundamental incompleto, em especial da 1ª a 4ª série incompleta (18,31%). A forma clínica mais prevalente da doença foi a dimorfa (47,29%), enquanto a classe operacional de maior frequência foi a multibacilar (70,17%), com cerca de 47,9% dos indivíduos apresentando mais de 5 lesões cutâneas, com maior potencial de transmissibilidade.
ConclusãoDessa forma, conclui-se que, entre os anos de 2018 a 2022, a hanseníase no estado do Amapá atingiu principalmente a população masculina, de cor parda, de baixa escolaridade, com idade entre 20 e 39 anos. É notável uma queda no número de notificações de casos após o ano de 2019. Ademais, também houve a predominância das formas multibacilares da doença. Nesse sentido, mostra-se fundamental a manutenção das estratégias de detecção precoce e tratamento da hanseníase, com o fim de alcançar o maior controle da doença e evitar suas sequelas na população.