XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoO sarampo é uma doença altamente contagiosa e potencialmente fatal. O Brasil recebeu o certificado de eliminação do sarampo em 2016, mas desde então vem enfrentando reduções na cobertura vacinal e passou a registrar novos casos em 2018, que culminaram na perda da certificação. O Brasil ainda enfrentou outro surto de sarampo no ano de 2019 no estado de São Paulo, e mundialmente a Organização Mundial de Saúde relatou um aumento global dos casos de sarampo. A cobertura vacinal da tríplice viral não tem alcançado os valores de referência em diversas unidades federativas, com piora após o isolamento social, gerando população susceptível à surtos de sarampo. Assim, é necessário um estudo que busque avaliar o cenário do sarampo e da vacina no estado da Bahia.
ObjetivoDescrever os indicadores epidemiológicos de sarampo na Bahia, bem como sua cobertura vacinal, no período de 2016 a 2022.
MétodosEstudo ecológico por série temporal, analisando o número de casos de sarampo, as características sociodemográficas dos casos e a cobertura vacinal. As bases de dados utilizadas foram o Sistema de Informação de Saúde do Programa Nacional de Imunização (SIS-PNI) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessados através do DATASUS e da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB). A incidência foi calculada dividindo-se o número de casos de sarampo pelo total populacional da unidade federativa e multiplicando o resultado por 100.000 habitantes.
ResultadosForam reportados casos de sarampo na Bahia nos anos de 2018, 2019 e 2020, com o pico de casos (70) acontecendo no ano de 2019. A incidência durante esses anos se manteve inferior a 0,5 casos por 100.000 habitantes durante todo o período. O sexo masculino (59%) foi mais afetado que o feminino (41%) e a faixa etária mais acometida foram adultos jovens entre 18 e 34 anos. A cobertura vacinal do sarampo enfrentou uma queda no período, com a primeira dose tríplice viral em 2016 cobrindo 85,7% da população alvo e alcançando a mínima em 2021 com 66,3% de cobertura vacinal.
ConclusãoO estado da Bahia, embora tenha apresentado casos de sarampo no período, o número foi baixo e limitado a três anos do período. As coberturas vacinais do sarampo se encontram insuficientes e geram aglomerados de população vulnerável. Diante disso, faz-se necessário o fortalecimento das estratégias de vigilância e controle dos casos de sarampo ao longo do tempo, especialmente após queda nas coberturas vacinais.