A dengue é uma doença infecciosa febril aguda que se inicia abruptamente com febre alta (39°C a 40°C), seguida de cefaléia, prostração, mialgia, artralgia, dor retroorbitária, náuseas, vômitos e exantema. Podem aparecer manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia). Quando a febre cede (entre o 3° e o 7° dia de seu início) alguns pacientes apresentam sinais e sintomas como vômitos, dor abdominal intensa, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, letargia, derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite), plaquetopenia e hemoconcentração chamados de sinais de alarme, caracterizando o agravamento da doença para a forma grave.
ObjetivoIdentificar o número de casos de dengue no município de São Bernardo do Campo em 2021 e estabelecer estratégias para o controle do agravo.
MétodoEstudo descritivo, quantitativo. Foram avaliados os dados do SINAN e Fichas Epidemiológicas dos casos de dengue no ano de 2021.
ResultadosEm 2021 foram notificados 949 casos suspeitos, 734 (77,34%), foram descartados, 215 (22,65%) casos foram confirmados, destes 153 (71,16%) casos autóctones, 62 (28,83%) casos importados. Os casos importados eram provenientes da Bahia 3 (5%), Ceará 3 (5%), Espírito Santo 1 (2%), Maranhão 1 (2%), Minas Gerais 3 (5%), Mato Grosso do Sul 1 (2%), Paraná 2 (3%), Rio de Janeiro 1 (2%), São Paulo 47 (76%). Incidência 18,1/100mil hab. Os pacientes apresentaram quadro clínico de sintomas clássico. Nenhum paciente evoluiu a óbito por dengue. Foram realizadas atualizações sobre dengue como forma de educação continuada para profissionais de saúde na questão do manejo clínico e notificação. O Centro de Controle e Zoonoses intensificou as ações para combater o mosquito aedes aegypti. Embora o município em 2021 não tenha um número significativo de casos autóctones, manteve se em alerta o controle ao mosquito com intensidade.
ConclusãoA infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, podendo evoluir para o óbito. As medidas de controle no município se restringem aos criadouros e ao vetor Aedes aegypti, uma vez que não há drogas antivirais específicas e embora exista vacina, a mesma não faz parte do calendário nacional de rotina do SUS. A finalidade das ações de rotina é manter a infestação do vetor em níveis incompatíveis com a transmissão da doença cujas ocorrências de dengue são maiores durante o verão, sendo necessárias medidas de controle no período epidêmico e de prevenção no pós epidêmico.