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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 080
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VARIABILIDADE NAS TAXAS DE LETALIDADE DE PACIENTES COVID-19 ADMITIDOS EM UTI DE UMA REGIÃO METROPOLITANA DO BRASIL: INDO ALÉM DA INTERAÇÃO VÍRUS-HOSPEDEIRO
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André L. Corteza, Evaldo Stanislau Affonso de Araújob, Orival Silva Silveirac, Hermano Poubelc, Roberto Focacciad
a Universidade Anhembi Morumbi (UAM), São Paulo, SP, Brasil
b Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
c Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil
d Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES), Santos, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução/Objetivos

Entre os pacientes admitidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) por COVID-19, as taxas de letalidade reportadas têm sido amplamente variáveis. Em uma meta-análise recente que descreve 57.420 pacientes adultos com COVID-19 que receberam ventilação mecânica invasiva, a letalidade foi estimada em 45% (IC95% 39-52%), variando de 36% (IC95% 24-48%) na Europa, até 52% (IC95% 18-95%) no Oriente Médio. Em outro estudo em países africanos, nos 40,1% dos pacientes que necessitaram de ventilação mecânica, a taxa de letalidade foi de 78,9%. No Brasil, a letalidade foi de 80% nos pacientes que receberam ventilação mecânica em estudo conduzido com dados das 250.000 primeiras internações. Em nosso estudo, procuramos avaliar associação entre preditores sociodemográficos e os desfechos de casos graves admitidos em unidades de terapia intensiva na região da Baixada Santista/SP.

Métodos

Foi desenhado estudo de coorte retrospectiva, incluídos dados disponíveis publicamente da base secundária nacional SIVEP/OPENDATASUS. Foram incluídos apenas moradores dos nove municípios da região com confirmação da COVID-19 por critérios da vigilância epidemiológica, notificados entre 26/02/2020 e 27/09/2021. Através de modelo multivariado com ajuste para idade, sexo e suporte ventilatório utilizado, foi avaliado o efeito do município de internação com relação à letalidade em UTI.

Resultados

A mediana de idade dos pacientes convalescentes foi de 55 anos (IIQ 43-63), e 68 anos (IIQ 58-78) à dos que faleceram. Dos pacientes admitidos em UTI, 69,1% tiveram como desfecho o óbito; Dentre os 1783 pacientes que necessitaram de ventilação mecânica, 83,6% faleceram. Internações em unidades de Cubatão(OR 2,19, IC95%1,35-3,54, p = 0.001), Guarujá (OR 2,79, IC95%1,84-4,20, p < 0.001), Itanhaém (OR 2,93, IC95% 1,52-5,80, p = 0,002), Praia Grande (OR 14,27, IC95%7,99-26,35 p < 0.001), Santos (OR 1,83, IC95% 1,23-2,70, p = 0,003), e São Vicente (OR 6,75, IC95% 2,95-17,06, p < 0.001) estiveram associadas ao desfecho óbito.

Conclusões

É urgente avaliar o efeito de fatores de risco modificáveis para letalidade em pacientes submetidos à internações em UTI, como por exemplo a incidência de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Para além de características individuais do hospedeiro e do vírus, tais fatores podem explicar a grande variabilidade nos desfechos de pacientes com COVID-19. Merecem maior atenção as cidades de Praia Grande, São Vicente, Itanhaém e Guarujá.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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