IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoClostridioides difficile é importante causa de diarreia associada à assistência à saúde, resultando em impacto nos custos relacionados ao tratamento e prevenção de infecções. O controle de surtos frequentemente demanda a implementação sequencial de várias medidas, incluindo o manejo adequado de antimicrobianos e a rápida identificação dos casos. Testes rápidos e precisos são essenciais para identificar casos em tempo hábil, permitindo intervenções imediatas como o isolamento de pacientes infectados e a implementação de medidas rigorosas de controle de infecção.
ObjetivoO objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho de um fluxograma de diagnóstico laboratorial para detecção de infecção por C. difficile (CDI).
MetodologiaNo período de dez/22 a fev/24, o hospital da rede pública de saúde realizou 159 investigações laboratoriais para C. difficile em pacientes apresentando diarreia, utilizando algoritmo que incluiu o rastreamento de antígeno de glutamato desidrogenase (GDH) e toxinas A e B (TcdAB) por meio de imunocromatografia em amostras de fezes. GDH e TcdAB reagentes confirmava CDI, mas a PCR para pesquisa de C. difficile produtor de TcdAB era realizada quando havia resultados discordantes.
ResultadosDas 159 investigações, 27% (43) tiveram GDH positivo. Destes, 23% (10/43) também tiveram TcdAB positiva por imunocromatografia, sendo diagnosticada CDI. Portanto, aproximadamente 6,3% (10/159) das suspeições foram conclusivas para CDI com base em GDH e TcdAB. Dos 33 pacientes com TcdAB negativo e GDH positivo, 11 (33%) tiveram PCR detectável para TcdAB, enquanto que, dos 116 (73%) pacientes com GDH negativo, somente 1,3% (2/116) tiveram TcdAB positiva e PCR detectável. Esses achados demonstram que a PCR foi útil para identificar C. difficile em casos em que o teste TcdAB por imunocromatografia inicial foi negativo, mas o GDH foi positivo. Ao todo, confirmou-se CDI em 14% (23/159) das investigações no período.
ConclusõesUm diagnóstico preciso reduz a incidência de tratamentos desnecessários e o uso excessivo de antibióticos. O uso da PCR incrementou significativamente a porcentagem de CDI confirmada, aumentando os diagnósticos de aproximadamente 6,3% para 14%. Identificar mais casos com a PCR foi fundamental para garantir que todos os pacientes com CDI fossem diagnosticados e tratados adequadamente, assegurando que os pacientes certos recebessem a terapia correta, representando um benefício importante para a população assistida pelo hospital.