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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
AO 29
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TRANSMISSÃO DOMICILIAR DE PATÓGENOS MULTIDROGA-RESISTENTES ADQUIRIDOS DURANTE INTERNAÇÃO HOSPITALAR
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Milena Aparecida Del Masso Pereiraa, Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunhab, Adriano Martison Ferreiraa, Letícia Calixto Romerob, Carlos Magno Castelo Branco Fortalezaa
a Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
b Instituto de Biociências de Botucatu (IBB), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução/Objetivo

A crescente incidência de patógenos multidroga-resistentes (MDR) em serviços de saúde traz consigo o risco de transmissão comunitária desses agentes, em especial a domiciliar. Realizamos um estudo para avaliar a potencial disseminação e transmissão de bactérias MDR a partir de egressos hospitalares colonizados ou infectados, para seus contactantes domiciliares.

Métodos

Foi realizado um estudo de coorte de setembro/2020 a setembro/2021 incluindo egressos hospitalares e seus familiares. Foram incluídos pacientes com culturas positivas após 48 horas da admissão hospitalar e que não tinham relato de infecção por patógenos MDR nos últimos 6 meses. Os patógenos de interesse foram aqueles que compõem o grupo ESKAPE: Enterococcus spp resistente à vancomicina, Staphylococcus aureus resistente à meticilina, e bacilos Gram-negativos (BGN, Klebsiella spp, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter spp). Após a alta hospitalar, foram realizadas visitas domiciliares com coletas de swabs nasais, orais e retais nos dias 15, 30 e 90, do paciente índice e de seus familiares, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A identificação dos patógenos seguiu os critérios usuais de laboratório.

Resultados

Até o momento foram acompanhados 35 casos índices e 54 contatos domiciliares. 74% (26/35) dos egressos tiveram cultura positiva, nos quais 23 eram o mesmo patógeno da internação e 3 com perfis distintos (em dois casos, haviam dois patógenos diferentes no mesmo egresso): em 18 casos, K. pneumoniae; em 5 casos, P. aeruginosa; em 4 casos, A. baumannii e em um caso, S. aureus. Em 6 ocasiões foram identificados patógenos similares em cultura de pacientes e seus familiares: em 3 casos, K. pneumoniae (todos cônjuges); 2 casos de P. aeruginosa (filha e esposa), 2 casos de A. baumannii, (filha e esposa), no qual a última foi simultâneo à K. pneumoniae. Os BGN e S. aureus eram resistentes aos carbapenêmicos e à cefoxitina, respectivamente. Em todos os casos, os familiares colonizados referiam contato intenso durante cuidados de saúde com o egresso hospitalar (banhos, trocas de roupa, fazer curativos, vestir fraldas, entre outros).

Conclusão

Nosso estudo permitiu identificar transmissão intra-domiciliar de patógenos MDR usualmente associados às infecções relacionadas à assistência à saúde. Esses achados abrem possibilidades de novas abordagens sobre disseminação desses patógenos de serviços de saúde para a comunidade.

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