Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 1 ‐ Horário: 10:30‐10:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A epidemia de infecção por HIV no Brasil é considerada estável, porém observa‐se significativo aumento na taxa de detecção da infecção em jovens de 15 a 24 anos. O risco está associado à adoção de práticas sexuais inseguras, especialmente em homens que fazem sexo com homens (HSH) e usuários de drogas ilícitas.
Objetivo: Apresentar experiência de campanhas de prevenção de infecção por HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis em população universitária, com base em testes rápidos e aconselhamento in loco.
Metodologia: Desde 2013, implantamos campanhas “Fique sabendo de aconselhamento e testagem para HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis centradas em três campi universitários de São Carlos (UFSCar, USP e Unicep), SP. Os participantes foram submetidos a sessão padrão de aconselhamento pré‐teste para identificar características demográficas, práticas sexuais e histórico de abuso de substâncias. Fizemos uma análise retrospectiva das campanhas, com o objetivo de detectar e atuar sobre potenciais vulnerabilidades dos jovens a HIV e infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Resultado: Foi atingida população predominantemente universitária de 2.688 pessoas, 484 em 2013; 681 em 2014; 534 em 2015; 520 em 2016 e 469 em 2017. A população foi 49,6% masculina, com média de 28 anos (DP 11,3). Quanto ao recorte populacional, 12,3% eram HSH; 20,9% eram usuários de drogas inalatórias e 0,7% de drogas endovenosas. Nos 12 meses anteriores, 87,4% relatavam sexo desprotegido, 11,9% relataram mais de cinco parceiros sexuais e 68% relataram uso abusivo de álcool ou drogas. Em relação à testagem, 0,49% dos indivíduos eram soropositivos para HIV (0,41‐0,73‐0,56‐0,20‐0,43%, de 2013 a 2017); 1,28% para sífilis; 0,29% para HCV e 0,33% para HBV. A população de HSH apresentou maiores taxas de soropositividade para HIV (2,4%, p<0,001), sífilis (3,5%, p<0,001) e hepatite B (1,6%, p=0,006).
Discussão/conclusão: A população universitária mostrou alta vulnerabilidade à infecção por HIV e às ISTs. Como a soropositividade para HIV atingiu 0,73% em 2014, a partir de 2015 duas condutas foram tomadas: a ampliação do programa de profilaxia pós‐exposição sexual para englobar a exposição sexual consentida e a implantação de programa horizontal de aconselhamento e testagem rápida no campus da UFSCar voltado para população universitária. O programa contempla consultas ambulatoriais de aconselhamento e testagem rápida para IST, bem como suporte para questões emergentes de saúde, como tratamento de sífilis e lesões por papiloma vírus humano (HPV).