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Vol. 28. Issue S3.
IX Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro
(November 2024)
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IX Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro
(November 2024)
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SÍFILIS OCULAR COM VDRL NEGATIVO EM MULHER DE 71 ANOS E NÃO-HIV, APRESENTANDO UVEÍTE INTERMEDIÁRIA BILATERAL: UM RELATO DE CASO
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Thiago Leandro Mamedea, Kelma Macedo Pohlmann Simõesb, Marcella Quaresma Salomãoc
a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-CAP1.0), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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IX Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro

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Possivelmente relacionada à neurossífilis e também considerada maligna por Karanfilian e cols., a sífilis ocular manifesta-se sob espectro clínico variado. Embora as uveítes e panuveitis pareçam ser as manifestações oculares mais frequentes da sífilis, granuloma de íris, retinite, corioretinite, vasculite, neurite óptica e descolamento de retina também são descritos. Neste contexto, relatamos o caso de uma mulher, 71 anos, portadora de síndrome metabólica bem controlada, submetida à facectomia do olho direito. Ao final do desmame do corticoide oftálmico, passou a apresentar dor, hiperemia e perda da acuidade visual. O quadro repetiu-se após 2 novos ciclos de corticoide tópico, sempre ao final do desmame, ocasião em que foi identificada uveíte intermediária bilateral, segundo classificação SUN 2021, e confirmada por angiografia fluoresceínica de grande angular, que evidenciou vasculite periférica com áreas de atrofia epitelial e papilite bilateral. Após screening sorológico e inflamatório, apenas o teste treponêmico foi positivo, com VDRL negativo. Como nunca havia tratado para sífilis, foi prescrito ceftriaxona 2 g/dia por via intravenosa durante 14 dias. Após o tratamento, evoluiu com melhora, prosseguindo desmame do corticoide, desta vez sem intercorrências. Foi então submetida a nova angiografia de controle que confirmou a remissão do quadro. Segundo o boletim epidemiológico brasileiro, embora não seja a faixa etária mais acometida, a incidência de sífilis entre > 50 anos superou 37 mil (17,4%) casos em 2022, não podendo ser negligenciada nesta faixa etária. Da mesma forma, manifestações clínicas supostamente raras também se tornam importantes em cenários hiperendêmicos, remetendo à sífilis seu antigo título de “imitadora de doenças”, o que torna o diagnóstico mais complexo e faz dos marcadores sorológicos ferramentas essenciais. Contudo, o VDRL nem sempre é positivo quando a doença está em atividade. Apesar de uma coorte de 265 pacientes com neurossífilis não ter encontrado um único paciente com VDRL negativo, nosso trabalho mostra que isso não se aplica à sífilis ocular, corroborando a experiência do grupo SUN, que recomenda priorização de testes não-treponêmicos para diagnóstico diferencial da sífilis nas uveítes intermediárias. Nosso trabalho também mostra experiência satisfatória no tratamento com ceftriaxona venosa para sífilis ocular, corroborando os achados de efetividade encontrados por Gu e cols., 2024. Palavras-chave: Sífilis, Uveíte, Idoso, VDRL negativo, Ceftriaxona. Conflitos de interesse: Os autores declaram não houver potencial conflitos de interesse para este trabalho. Ética e financiamentos: Os autores declaram não haver potencial conflitos de interesse para este trabalho.

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