No Brasil, a sífilis adquirida afeta 9,92 pessoas a cada 100 mil habitantes, demonstrando um aumento progressivo especialmente entre a população adulta e idosa. Nesse contexto, o estado de Goiás não está imune a essa realidade, sendo afetado pelo aumento significativo dos casos nos últimos anos. Desde 2021, as taxas de infecção aumentaram consideravelmente, ultrapassando os níveis pré-pandemia em mais de 40%.

Analisar os casos confirmados de sífilis em pacientes acima de 40 anos no município de Jataí no estado de Goiás.

Estudo ecológico realizado por meio de dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS) provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) na cidade de Jataí, localizada no Centro-Oeste do Brasil, entre 2017 a 2021. Realizou-se uma análise descritiva para comparar o número total de casos confirmados no município em pacientes com mais de 40 anos em cada ano.

Entre 2017 a 2021, Jataí obteve um aumento progressivo dos casos em cerca de 500%, comparando o valor inicial de 10 casos (2017) ao de 60 (2021), ao se delimitar a faixa etária acima de 40 anos. Baseando-se no estado de Goiás, os casos totais de Jataí correspondem a cerca de 2,89% das notificações do estado, sendo cerca de 20,3% dos casos de Jataí relacionados a faixa etária de 40-59 anos. Dos casos confirmados, 4,38% equivale ao de Jataí, maioria raça parda, totalizando mais de 50% dos notificados; ademais, ao incluir todas as faixas etárias acima de 40 anos, cerca de 99% dos adultos são analfabetos em Jataí, considerando os 153 casos correspondentes. Casos relacionados ao sexo masculino (62,7%) sobressaem ao sexo feminino, em que cerca de 81% não são gestantes. Com a prevalência do critério laboratorial como diagnóstico (93%) houve um aumento desse critério em cerca de 478% em relação ao ano de 2017, com uma evolução do quadro clínico em mais de 80% dos casos para a cura.

É possível observar que o panorama da sífilis no município de Jataí é agravante nos adultos acima de 40 anos, pois os casos vêm aumentando consideravelmente, sendo necessário o desenvolvimento de novas estratégias, especialmente educativas, que visem à promoção do letramento em saúde sexual por equipe qualificada, direcionadas a minimizar os impactos da doença, incluindo busca ativa e tratamento adequado com o objetivo de reduzir o número de casos.