12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A sífilis congênita (SC) é uma doença provocada pelo Treponema pallidum e afeta principalmente crianças recém‐nascidas. A infecção comum ocorre por via transplacentária com transmissão da mãe para o feto durante o período latente da doença. A gestação durante os estágios primário e secundário comumente produz um natimorto. Na SC precoce, os achados clínicos importantes são hepatoesplenomegalia, prematuridade e lesões cutâneo‐mucosas. A SC tardia apresenta manifestações raras e resultantes da doença sistêmica precoce. Recentemente, no mundo, a taxa de SC está em declínio, contudo nas Américas, África e Região Mediterrânea Oriental demonstram aumento na prevalência de casos. Logo, apesar dos avanços no combate a sífilis congênita os resultados estão distantes da meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde.
Objetivo: Identificar os fatores no serviço de saúde que dificultam o controle da sífilis congênita.
Metodologia: Trata‐se de uma revisão literária integrativa que analisou artigos científicos indexados nas plataformas Scielo, Pubmed, Medline e Periódicos Capes online, e catalogados com uso dos descritores: sífilis congênita e epidemiologia. Além disso, foram utilizados Protocolos, Guias, Boletins Epidemiológicos e Cadernos do Ministério da Saúde e livros na área de microbiologia. Entre os artigos, foram escolhidos aqueles entre 2016 e 2020 e com linguagem em português e inglês excluindo aqueles que não demonstrassem tratar da temática referente a sífilis congênita.
Resultados: Segundo a literatura, os fatores mais relevantes para SC são a ausência e o ingresso tardio das gestantes ao companhamento pré‐natal, além da falta de tratamento e teste imediatos nos encaminhamentos. Além disso, a não adesão ao acompanhamento pré‐natal pode estar relacionado a falta de informação sobre os equipamentos de saúde disponíveis e a presença de barreiras que impossibilitam o seu acesso aos serviços de saúde. Por conseguinte, a dificuldade de identificação de manifestações clínicas maternas devido aos mínimos sinais da SC e a elevada taxa abandono do tratamento, que ocorre com aproximadamente metade das mães diagnosticadas, influencia na prevalência da patologia.
Discussão/Conclusão: A análise dos dados revela que o crescimento de casos de sífilis congênita é impulsionado pela deficitária oferta de assistência pré‐natal, insuficiente disponibilidade de testes e o deficiente rastreamento. O diagnóstico tardio e tratamento inadequado são reflexos desses fatores.