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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 165
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SÍFILIS CONGÊNITA COM MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS INTENSAS E DIVERSAS - RELATO DE CASO
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Lethicia Bernardo Chimello, Henrique Moreira Umehara, André Giglio Bueno
Hospital PUC-Campinas, Campinas, SP, Brasil
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Introdução

Sífilis é a doença causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum e as principais formas de transmissão são através de relações sexuais desprotegidas ou da mãe para filho, durante a gestação (transplacentária) ou durante o parto. A despeito da existência de estratégias muito eficazes e capilarizadas para prevenção e tratamento adequados da sífilis durante o pré-natal, nos últimos dez anos vem sendo observado um aumento na incidência e na ocorrência de óbitos pela sífilis congênita no Brasil. É fundamental, portanto, que os médicos atuando na assistência de gestantes e crianças estejam absolutamente familiarizados com as manifestações da doença.

Descrição e comentários

Trata-se de um caso de primigesta de 21 anos que não fez acompanhamento pré-natal e é admitida no hospital devido ruptura prematura de membranas ovulares, com idade gestacional de 31 semanas + 5 dias. No atendimento foi constatado sofrimento fetal agudo e optado pela resolução da gestação por cesárea de urgência. Recém-nascido (RN), do sexo masculino, apresentou bradicardia, hipotonia e sofrimento respiratório, necessitando ser submetido à intubação orotraqueal ainda na sala de parto. Ao exame físico apresentava abdome com petéquias, equimoses e sufusões hemorrágicas. Nas regiões palmo-plantares havia máculas eritematosas e acobreadas e erupções vesico-bolhosas. VDRL materno e do RN eram reagentes, com a mesma titulação (1:64). Hemograma apresentava anemia e plaquetopenia (Hb: 8,4 / plaquetas: 23 mil) e radiografia de tórax demonstrava opacidades intersticiais bilaterais. A coleta de líquido cefalorraquidiano naquele momento não foi realizada devido à plaquetopenia. Criança recebeu diagnóstico de sífilis congênita e foi iniciado tratamento com Penicilina Cristalina. Após normalização de plaquetas, foi realizada a coleta e análise do líquido cefalorraquidiano, com VDRL reagente (1:1) e hiperproteinorraquia, perfazendo critérios para diagnóstico de neurossífilis, portanto. O RN permaneceu internado por 50 dias e recebeu alta em boas condições. Durante o período de internação a criança fora submetida a investigação com mapeamento de retina, ultrassonografia transfontanela, e de abdome total, radiografia de ossos longos, e outros exames de triagem neonatal, todos sem alterações. Atualmente RN faz acompanhamento nos ambulatórios de transmissão vertical, oftalmologia, cardiopediatria e pediatria geral.

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