XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoNa educação em saúde, o desenvolvimento de conhecimentos, hábitos e habilidades devem ser buscado visando a compreensão e a adoção de um modo de vida mais saudável. Nesse sentido, o professor tem um papel muito importante. Este estudo avaliou o status do conhecimento sobre papilomavírus humano (HPV) e sua vacina numa amostra de universitários que estavam cursando licenciaturas (UL) e indicou as lacunas de conhecimento a serem ajustadas.
MétodosEste estudo transversal foi realizado com UL no município de Bragança, Pará, norte do Brasil. A técnica de amostragem “bola de neve” digital foi utilizada. Por meio de formulário estruturado, UL forneceram informações demográficas, socioeconômicas e formação acadêmica, e responderam 20 indagações sobre infecção pelo HPV e sua vacina. O status do conhecimento demonstrado foi estabelecido a partir da avaliação e contagem do número de respostas corretas a 20 indagações. O teste qui-quadrado foi usado para avaliar o conhecimento informado (autoclassificação) com o conhecimento demonstrado sobre infecção pelo HPV, sua vacina e ocorrência de câncer.
ResultadosNo total, 250 UL participaram do estudo. A maioria deles afirmou ter sido vacinado contra HPV, conhecer outras pessoas que foram vacinadas contra HPV, que obteve informações sobre HPV e sua vacina em ambiente formal de educação (escola e/ou universidade), que recomendaria a vacina contra HPV, e que teve ou conhece alguma pessoa próxima com diagnóstico de câncer do colo do útero. A maioria dos UL afirmou e demonstrou ter conhecimento sobre a infecção pelo HPV, sua vacina e de câncer associado ao HPV (2 = 2,58; p = 0,11). Ainda assim, elevadas taxas de respostas incorretas indicaram as lacunas de conhecimento relacionadas aos temas: diagnóstico do HPV em homens; transmissão do HPV sem penetração vaginal/anal; HPV, fumo e risco de desenvolvimento do câncer do colo do útero; HPV e a ocorrência de câncer anal; necessidade de duas doses da vacina contra HPV para proteger meninos e meninas (9 a 14 anos) contra lesões induzidas por HPV; pessoas que já foram diagnosticadas com HPV ainda devem tomar vacina contra HPV; e vacina contra HPV e estímulo a vida sexual.
ConclusãoEste estudo demonstrou que UL têm conhecimento sobre HPV, sua vacina e de câncer associado ao HPV, porém lacunas foram detectadas e deverão ser abordadas por ações educativas no futuro.