Desde o início da pandemia em 2019, a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 em pacientes adultos tem se apresentado de forma multissistêmica. Apesar de o acometimento clássico ser o pulmonar, outras manifestações clínicas raras têm sido associadas à infecção, como a síndrome inflamatória multissistêmica no adulto, eventos trombóticos e colangiopatia pós covid-19. Nesse contexto, raríssimos casos de rotura esplênica têm sido reportados como complicação pela COVID-19. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de rotura esplênica não traumática em paciente com quadro recente de COVID-19. Paciente masculino 42 anos, sem comorbidades, com relato de dor epigástrica iniciada em repouso após escalada de montanha. Houve piora progressiva da dor, buscando atendimento médico na emergência. Realizada tomografia de abdome com contraste venoso que evidenciou rotura esplênica com laceração de parênquima associado a infarto esplênico. Avaliação da cirurgia geral favorável à conduta conservadora com analgesia e reavaliação ambulatorial quanto à realização da esplenectomia. Em história prévia, paciente relatou exame de swab nasofaríngeo com RT-PCR para SARS-CoV-2 positivo 8 dias antes do início do quadro. Negou trauma local. Painel de sorologias virais para diagnóstico diferencial negativo. Imunofenotipagem de sangue periférico para doenças linfoproliferativas também sem alterações. A rotura esplênica atraumática é uma apresentação rara e potencialmente fatal como complicação na infecção pelo SARS-CoV-2. Embora sua completa fisiopatogenia ainda seja desconhecida, em parte dos poucos casos reportados há a presença de trombose de vasos esplênicos visualizados em tomografia de abdome com contraste. A apresentação clínica dos pacientes geralmente é acompanhada de instabilidade hemodinâmica, com presença de hemoperitôneo, o que justifica a indicação de abordagem cirúrgica de emergência. Dessa maneira, o trabalho mostra a necessidade de atenção ao quadro de dor abdominal na apresentação de pacientes no setor de emergência no contexto epidemiológico atual, especialmente em pacientes sabidamente infectados pelo vírus da COVID-19.
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