As hepatites virais representam uma importante comorbidade entre as pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Homens que se relacionam com homens (HSH) HIV-positivos que eliminam a infecção pelo HCV permanecem em alto risco de reinfecção. A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) foi seis vezes maior em PVHIV, do que em HIV-negativos. A transmissão sexual da HCV entre HSH está levando a um aumento de infecção aguda pelo HCV. HSH HIV-positivos que eliminam a infecção pelo HCV permanecem em alto risco de reinfecção. São necessárias estratégias e medidas preventivas efetivas para reduzir a morbimortalidade e os custos inerentes ao tratamento do HCV, por meio do conhecimento da epidemiologia, diagnóstico precoce e tratamento para grupos de alto risco, principalmente aqueles com PVHA.
ObjetivoDescrever dois pacientes HIV que foram reinfectados com hepatite C simultaneamente.
MétodoDescrever reinfecção por hepatite C em dois pacientes HIV
ResultadosPacientes do sexo masculino, casados, ambos HIV, em tratamento com lamivudina e dolutegravir, idades 54 e 60 anos, ambos HIV indetectaveis e CD4 421 e 605 cls/mm3 respectivamente. Antecedentes: sifilis tratada, hepatite B resolvida (antiHBcAg+ e AntiHBsAg+), dislipidemia, diabetes e sobrepeso. Tratados há 5 anos por HCV, genotipo (GN) 3 com daclatasvir e sofosbuvir com resposta viral sustentada. Apresentaram simultaneamente hepatite aguda pelo VHC com alteração nas transaminases, carga viral HCV 13.149.294 e 30.545.994 UI/mL, GN 1a, e fibroscan metavir F1 e F2 respectivamente. Foram tratados com ledipasvir e sofosbuvir com carga viral HCV indetectáveis no final das 12 semanas de tratamento, mas houve recidiva da hepatite C após 6 meses do término do tratamento, com elevação das transaminases e RNA_HCV 2.648.704 UI/mL log 6,42 e 60.053.596 UI/mL log 7,78 respectivamente. No momento aguardam novo tratamento com glecaprevir e pibrentasvir.
ConclusãoDescrevemos dois pacientes HIV reinfectados por HCV, na forma aguda simultaneamente, ambos com recorrência após termino do tratamento. São pacientes com comportamento de risco, detectado pela presença de outras ISTs, como HBV e sífilis.
É importante a monitorização da hepatite C no PVHIV, para detecção e tratamento precoces, evitando a progressão e cronificação da hepatite, além do risco de transmissão para outros pacientes.