XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA duração da imunidade pós-infecção pelo SARS-CoV-2 e pós-vacinação permanece uma questão não completamente esclarecida. A presença de anticorpos, assim como a sua quantidade e funcionalidade, tem grande influência no controle da infecção viral no hospedeiro, podendo diminuir o curso, a sintomatologia e as sequelas da doença. Desta forma, este trabalho tem como objetivo avaliar a resposta de anticorpos SARS-CoV-2 específicos em pacientes com Síndrome Pós-COVID-19.
MétodosParticiparam do estudo 200 pacientes diagnosticados com Síndrome Pós-COVID-19 atendidos no Núcleo de Medicina Tropical da UFPA, no período de dezembro de 2021 a junho de 2022. Esses foram agrupados conforme o número de vacinas que haviam recebidos. Para pesquisa e quantificação dos anticorpos IgG SPIKE e proteína do nucleocapsídio (N) do SARS-CoV-2, foi realizado ensaio imunoenzimático (Vircell, Microbiologists, Espanha). Para análise estatística foi utilizado o teste ANOVA e a inferência estatística foi realizada no software GraphPad Prism 6.0.
ResultadosEm relação à imunização, entre os 200 pacientes, apenas 2 (1%) não foram imunizados com nenhuma dose da vacina contra a COVID-19, 3 (1,5%) dos pacientes receberam a 1ª dose da vacina, 54 (27%) receberam a 2ª dose do imunizante, enquanto 130 (65%) receberam o reforço com a 3ª dose e apenas 11 (5,5%) receberam o reforço da 4ª dose. Quanto a presença de anticorpos IgG para SARS-CoV-2, todos os 200 participantes apresentaram. Houve diferença estatística significativa no índice de anticorpos segundo o número de doses tomadas (p = 0.0122), onde os não vacinados, apresentaram média de índice de anticorpos de 18,5 UI/mL, os que tomaram somente uma dose do imunizante, a média de anticorpos foi de 26,8 UI/mL. Os que tomaram duas doses da vacina, a média de anticorpos foi de 31,83 UI/mL. Os participantes que receberam a 3ª dose a média de anticorpos foi de 32,3 UI/mL. Enquanto os que receberam a 4ª dose, a média de anticorpos foi de 32,5 UI/mL.
ConclusãoOs achados quanto a prevalência de anticorpos IgG, mostram que todos os 200 pacientes do estudo produziram anticorpos IgG, e a média do índice de anticorpos aumentou após esquema vacinal contra COVID-19 da 1ª e 2ª dose, e partir da 3ª e 4ª dose (reforços) a quantidade de anticorpos se estabilizou, supondo, que possivelmente não tenha havido redução nos níveis desses anticorpos devido a renovação das doses de vacina recebidas.