A partir de janeiro de 2021, começou em todo país a vacinação, priorizando os mais idosos, seguindo orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a COVID-19. Até o dia 26/09/21, havia, no estado, 1.278.906 casos confirmados e 65.613 óbitos. O trabalho objetiva analisar epidemiologicamente a variação dos óbitos decorrentes da COVID-19, por faixa etária, nos meses de 2021, no RJ, epicentro da variante delta no país, para contribuir no enfrentamento à pandemia. Métodos: Trata-se de um estudo analítico com observação de registros de óbitos por COVID-19, por faixa etária, de janeiro a setembro de 2021. Os dados de casos confirmados e de óbitos foram retirados, respectivamente, do Painel de Casos de COVID-19 e do Registro Civil, acessados em 24/09/21, para o RJ.
ResultadosDe janeiro a maio de 2021, as faixas etárias mais elevadas (90-99, 80-89 e 70-79 anos) obtiveram queda percentual no total de óbitos, enquanto as inferiores obtiveram elevação. Já, de maio a setembro de 2021, o inverso foi observado, havendo retorno do % dentre os óbitos por faixa etária a um patamar semelhante ao primeiro mês do ano. Em janeiro de 2021 o percentual de óbitos para as faixas-etárias de 90-99, 80-89, 70-79, 60-69, 50-59, 40-49 e 30-39 anos foram de 8,21, 22,83, 28,89, 22,47, 10,41, 4,41, 4,39 e 1,60%. Em maio, o mesmo ocorreu com 3,16, 10,26, 16,94, 28,07, 21,89, 12,92 e 4,74%. E, por fim, em setembro do mesmo ano a relação estava em 7,38, 24,16, 30,23, 18,61, 9,50, 4,77, 2,94%, seguindo a mesma ordem. Sabe-se que as pessoas mais idosas apresentam mais comorbidades e redução da resposta imunológica devido ao processo de envelhecimento.
ConclusãoA mortalidade por COVID-19, em 2021, sofreu uma variação notável, com redução do percentual dos mais idosos afetados, acompanhando o avançar da vacinação dessas faixas, associado a um aumento percentual dos óbitos em faixas etárias ainda não vacinadas, questionando-se sobre uma possível relação entre esses fatores. Ademais, a partir de maio, o retorno ao padrão inicial pode estar associado à maior vacinação em mais jovens e a queda da imunidade vacinal dos mais idosos, pelo tempo ou pela nova variante. Novos estudos devem ser realizados para qualificar essas informações, para subsidiar a tomada de decisão e comprovar a efetiva relação entre eles. Reforça-se a necessidade de priorizar a vacinação com a dose de reforço para a população idosa a fim de salvar vidas.