XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoInfecções urinárias são muito comuns no ambiente comunitário e hospitalar. O tratamento empírico para o agente etiológico é necessário frequentemente, sendo importante conhecer os agentes circulantes e perfil de sensibilidade para direcionar a terapêutica efetiva.
MétodosTrata-se de um estudo observacional e descritivo. Foram analisadas todas as uroculturas positivas de mulheres adultas atendidas no ambulatório e de pacientes internados no Hospital Universitário de Brasília no durante o ano de 2021. Foram elegíveis as amostras com crescimento bacteriano igual ou maior a 100.000 UFC/mL.
ResultadosDurante o período do estudo foram identificadas 739 uroculturas positivas de pacientes ambulatoriais, sendo 324 contaminadas (43,8%). Os agentes mais prevalentes foram Escherichia coli (234/56,4%), Klebsiella pneumoniae (52/12,5%), Enterococcus faecalis (30/7,2%), Streptococcus agalactiae (16/4,0%), Proteus mirabilis (15/3,6%) e leveduras (15/3,6%). Houve sensibilidade de: 82,7% para nitrofurantoína, 74% para ciprofloxacino e 62,8% para sulfametoxazol-trimetoprim, 90% para ceftriaxona, 97,4% para amicacina, 88,8% para gentamicina, 90% para cefepime, 94,5% para meropenem. Em comparação ao levantamento anterior realizado no ano de 2016, observamos queda significativa da sensibilidade aos carbapenêmicos (100 para 94,5%) e estabilidade dos outros antibióticos. Nos pacientes internados foram identificadas 812 uroculturas positivas, sendo 171 contaminadas (21,1%). Os principais agentes foram Klebsiella pneumoniae (153/23,9%), leveduras (140/21,8%), Escherichia coli (117/18,2%), Enterococcus faecalis (40/6,24%) e Pseudomonas aeruginosa (33/5,14%). Houve sensibilidade de 51,4% para nitrofurantoína, 41,9% para ciprofloxacino e 47,6% para sulfametoxazol-trimetoprim, 45,8% para ceftriaxona, 73,7% para amicacina, 59% para gentamicina, 45,6% para cefepime, 58,8% para meropenem. O teste de EDTA foi realizado em 20 amostras resistentes a carbapenêmicos, sendo positivo 35% e negativo em 65%.
ConclusãoHouve alto percentual de contaminação de amostras, o que sinaliza a importância de enfatizar a prática correta de coleta de amostras. Significativa resistência bacteriana ocorreu nas amostras de pacientes internados. Foi observada redução da sensibilidade aos carbapenêmicos nas pacientes ambulatoriais em relação a levantamento realizado em 2016.