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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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PERICONDRITE POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS
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Rafaela Fernandes Nascimentoa,
Corresponding author
rafafnascimento9@gmail.com

Corresponding author.
, Pedro Antônio Passos Amorimb, Adriana Oliveira Guilardeb, Camila Freire Araújob, Ludmila Campos Vasconcelosa
a Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Goiânia, GO, Brasil
b Hospital das Clínicas de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania e transmitidos pelo flebotomíneo fêmea. Constitui um grande problema de saúde pública.

Relato

Paciente 78 anos, sexo masculino, trabalhador da zona rural, portador de doenças crônicas. Há 2 anos com edema em pavilhão auricular esquerdo, com piora progressiva e drenagem recorrente de secreção purulenta local. Nega febre ou emagrecimento. Fez uso de vários antimicrobianos sem melhora clínica. Durante atendimento em ambulatório de infectologia foi observado: edema endurecido em pavilhão auricular esquerdo, com drenagem de secreção purulenta pela cavidade auricular. Submetido a biópsia da lesão auricular e exames para investigação diagnóstica. As sorologias para HIV, Hepatite B e C, Paracoccidioidomicose negativas e pesquisa direita de BAAR em linfa de lóbulos de orelha negativa. O exame anatomopatológico (AP) mostrou dermatite crônica ulcerada com esboço de granulomas, visualizadas estruturas arredondadas, intra e extracelulares. Imunohistoquímica para Leishmania inconclusiva e colorações para fungos e BAAR negativas. Reação em cadeia pela polimerase (PCR) do tecido resultou positiva Leishmania braziliensis. Devido à faixa etária e alteração no clearance de creatinina, foi iniciado tratamento com anfotericina B lipossomal na dose total de 40 mg/Kg. Houve melhora parcial da lesão, com diminuição do edema e remissão da secreção local, com tratamento de infecção bacteriana secundária. Após 7 meses o paciente retornou em consulta ambulatorial com piora do aspecto da lesão, associado a otalgia e otorréia. Iniciado tratamento para abscesso de tragus e realizado nova biópsia. O AP caracterizou a presença de amastigotas sugestivas de Leishmania e diante da recidiva e da insuficiência renal não dialítica, optado por tratamento com Miltefosina. Após 2 semanas de tratamento paciente apresentava melhora importante do edema, da dor e saída de secreção em pavilhão auricular. Mantido miltefosina por 28 dias e posterior reavaliação.

Comentários

A pericondrite por Leishmania caracteriza uma apresentação clinica atípica, de acometimento raro e com poucas descrições na literatura. É importante sempre considerar a leishmaniose tegumentar como diagnóstico diferencial, dada a prevalência em nosso país. Além do mais, mostrou resposta clínica importante com uso de miltefosina, uma droga nova incorporada no Brasil como uma alternativa terapêutica.

Palavras-chave:
Pericondrite Leishmaniose Leishmania braziliensis miltefosina
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