12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O abscesso hepático piogênico (AHP) é definido como uma coleção inflamatória de debris celulares, desencadeada por uma infecção bacteriana, fúngica ou mais raramente por protozoários. Tem incidência a nível mundial que varia entre 2,9 a 17,6 por 100.000 mil/habitantes. É prioritário portanto discutir a respeito da epidemiologia dos abscessos hepáticos piogênicos e a importância do conhecimento desta infecção no ambiente hospitalar, tendo em vista a escassez de estudos na área.
Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico e desfecho clínico dos pacientes diagnosticados com abscesso hepático piogênico, no período de 2010 a 2018. Descrever a prevalência dos patógenos identificados em pacientes diagnosticados com abscesso hepático piogênico e identificar esquema terapêutico utilizado pela instituição.
Metodologia: Trata‐se de um estudo observacional, descritivo, de delineamento longitudinal, retrospectivo, 57 prontuários foram avaliados considerando, características epidemiológicas, prevalência dos patógenos e esquema terapêutico utilizado.
Resultados: Os resultados indicam que a maioria dos casos foi do sexo feminino (56,4%), com idade média de 63 anos. Dentre as principais etiologias, a prevalência foi de origem biliar (50%), criptogênica (17%) e portal (14,5%). O tempo médio de internação foi de 12 dias variando de 7 a 38 dias. O diagnóstico radiológico principal foi através de tomografia computadorizada em 53% dos casos. O esquema empírico preferencial de antimicrobianos foi a associação de ceftriaxona ou ciprofloxacino ao metronidazol, que se mostrou eficaz, de acordo com melhora clínica e radiológica.
Discussão/Conclusão: Evidenciamos que o abscesso hepático piogênico tem como perfil epidemiológico idosos, com predominância do sexo feminino, hipertensos (54,3%), diabéticos (17,5%) e com neoplasias de vias biliares (5,2%). A principal etiologia identificada foi de origem biliar (50%). O diagnóstico radiológico principal foi através de tomografia computadorizada em 53% dos casos. Os principais patógenos identificados foram enterobactérias (38,4%), seguido por gram positivos (22,7%) e gram negativos não fermentadores (10,3%). O esquema terapêutico (ceftriaxona/ciprofloxacino e metronidazol) identificado, nos faz pensar ser um esquema eficaz, pois as taxas de mortalidade não diferem muito das relatadas na literatura. Sugere‐se o aprofundamento com novas pesquisas analisando a eficácia do esquema terapêutico e sua correlação com a mortalidade.