IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), é um problema de saúde pública mundial desde a década de 1980 e perdura até os dias atuais com altas taxas de incidência e mortalidade. Dessa forma, evidencia-se a importância de esforços para proteção, promoção e recuperação da saúde.
ObjetivoDescrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de AIDS no estado de Goiás entre 2018 e 2022.
MetodologiaEstudo transversal retrospectivo realizado a partir de dados secundários obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Seguindo o disposto na Resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta pesquisas envolvendo seres humanos, o presente trabalho dispensa submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. As variáveis avaliadas foram sexo, raça, escolaridade, categoria de exposição hierarquizada, faixa etária e óbito.
ResultadosNo período avaliado, foram notificados 2.687 casos de AIDS em Goiás, com média de 537,4 ± 42,9 casos por ano. Observou-se maior prevalência de casos no sexo masculino (75,9%) e a relação entre o número de casos de AIDS em homens e mulheres, foi em torno de 3 homens para 1 mulher. Segundo a categoria de exposição hierarquizada, a prevalência foi maior entre heterossexuais (45,7%) e homossexuais (28,1%). Houve predomínio da raça parda (70,5%), seguida da branca (19,4%), preta (6,3%) e amarela (1,4%). A maioria possuía ensino médio completo (32,8%), seguida da 5ª a 8ª série incompleta (14,9%), superior completo (13,3%), ensino médio incompleto (12,6%) e fundamental completo (8,0%). Em relação à faixa etária, os casos foram mais frequentes entre 30-39 anos (30,0%), 20-29 anos (29,3%) e 40-49 anos (20,1%). Foram notificados 1.467 óbitos por AIDS, observando-se alta prevalência (54,6%) e média de 293,4 ± 22,3 óbitos por ano. A probabilidade de óbito foi 1,36 vezes maior no sexo feminino, apesar de ser mais frequente no sexo masculino (69,9%).
ConclusõesObserva-se que as notificações relacionadas à AIDS em Goiás acometeram principalmente homens, a raça parda, aqueles que possuíam ensino médio completo, heterossexuais e faixa etária entre 30-39 anos. O perfil epidemiológico dos casos notificados de AIDS em Goiás se assemelhou ao nacional em relação ao sexo, raça e faixa etária. Destaca-se, ainda, a maior probabilidade de óbito no sexo feminino.