XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA hantavirose é uma doença viral aguda, e pode ser transmitida a partir da inalação de aerossóis de excretas de roedores e, raramente, por sua mordida. Pode causar síndromes clínicas como: Síndrome Cardiopulmonar por Hantavirose ou Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR). O FHSR pode se manifestar de diferentes formas, podendo ser assintomática, ou com apresentação súbita de febre, cefaleia, lombalgia e dor abdominal, podendo evoluir para um quadro de choque, hemorragia e insuficiência renal. Esse tipo de Febre Hemorrágica tem taxa de mortalidade entre 6 e 15%, e com necessidade de notificação compulsória. Assim, por conta de seu quadro clínico possivelmente fatal, faz-se necessário compreender o perfil epidemiológico da condição.
ObjetivoTraçar o perfil epidemiológico dos casos de hantavirose no Brasil no período de 2012 a 2022.
MetodologiaTrata-se de um estudo quantitativo, ecológico, descritivo, baseado em dados notificados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN/SUS) do Ministério da Saúde por meio do DATASUS, entre Jan/2012 e Dez/2022. Foram analisadas as seguintes variáveis: raça, faixa etária, sexo e região.
ResultadosNo período analisado, houve 788 casos de hantavirose. Quanto ao sexo biológico, 76,52% dos casos registrados foram do sexo masculino e 23,48% do sexo feminino. Em relação à raça/cor, a maioria dos casos, 63,20%, ocorreram em pessoas brancas. Os indivíduos pardos ocuparam o segundo lugar, com 26,40%. Já os pretos, amarelos e indígenas representam 6,09% dos casos. Não se obteve informações da raça/cor em 4,31% dos casos. Tratando-se de faixa etária, a população de 20 a 39 anos foi a mais acometida, representando 48,48% dos casos. Ademais, a faixa etária entre 40 e 59 anos representou 34,14% dos casos, enquanto crianças e adolescentes representam 11,42% e idosos, 5,96%. Ao analisar as regiões, a região Sul possui o maior número de casos, 43,78%, seguida pelo Centro-Oeste e Sudeste, com 26,52% e 25,13%, respectivamente.
ConclusãoPortanto, ao analisar os resultados obtidos nos últimos 10 anos, o perfil epidemiológico mais atingido é formado por indivíduos do sexo masculino, brancos, entre 20 e 39 anos e da região Sul. Assim, tendo em vista que a análise dos casos de hantavirose pode ajudar a entender os obstáculos e auxiliar na prevenção para reduzir casos futuros, faz-se fundamental que o poder público fique atento a esse perfil epidemiológico, objetivando a prevenção e controle de tal moléstia.