XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs infecções por Staphylococcus spp. perderam espaço em relação ao seu perfil de resistência quando comparado aos dilemas dos gram negativos, associado a boa resposta com Vancomicina, disponibilização de novos antimicrobianos (Tigeciclina, Daptomicina, Linezolida) e poucas casuísticas nacionais com expressão importante de S. aureus resistente à Oxacilina na comunidade (fenótipo de CA-MRSA ‒ Community-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus). Entretanto, a realidade destas infecções tem mudado, inclusive com repercussões importantes em morbimortalidade e levando à preocupação de cobertura de CA-MRSA.
MétodosAvaliação de hemoculturas do Hospital Santa Lydia de Ribeirão Preto - SP de janeiro de 2022 a abril de 2023. O antibiograma foi realizado através de Vitek2ׄ. Os pontos de corte utilizados se basearam no BrCast.
Resultados177 amostras foram positivas para Staphylococcus spp. sendo em ordem decrescente: S. epidermidis (35%), S. haemolitycus (22%), S. aureus (15,8%), S. capitis (11,3%), S. hominis (11,3%), S. warnerii (2,3%) e S. saprophyticus (2,3%). Em uma análise aprofundada das amostras de S. aureus: 15 (53,6%) eram MRSA, enquanto que também 15 amostras eram sensíveis à Clindamicina; 78,6% eram sensíveis a Sulfametoxazol-trimetropim; e 92,8% eram sensíveis à Teicoplanina. A MIC (concentração inibitória mínima) em relação à Vancomicina, apesar de ainda se considerar o valor >2 como definição de resistência pelo BrCast, estudos têm demonstrado uma resposta proporcionalmente menor com a progressão do MIC, com alguns especialistas sugerindo a redução dos valores de sensibilidade para 1. Obteve-se 53,7% de S. aureus com MIC de 1 e 14,3% com MIC de 2. Nota-se também que não houve correspondência direta na sensibilidade entre Teicoplanina e Vancomicina – para os ECN, por exemplo, enquanto 100% eram sensíveis à Vancomicina, apenas 69,1% (106) eram sensíveis à Teicoplanina, não permitindo uma troca similarmente acurada. Dos ECN, 44 (29,5%) amostras eram sensíveis à Clindamicina e 116 (77,8%) ao Sulfametozaxol-trimetropim. Considerando que a maior partes das terapias empíricas se estabelecem no uso de Clinda, Oxa e a Vanco para cobertura de gram positivos, há possibilidade de falha terapêutica.
ConclusãoO estudo demonstra um perfil de S. aureus com MIC de 2 (em que o risco de falha beira os 50% em outros estudos) e um incremento a resistência a Teicoplanina, lançando um alerta a troca rotineira de Vancomicina para esta droga.