14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA pandemia da covid-19, iniciada em Wuhan, China, teve um impacto global significativo, com o Brasil apresentando mais de 658.000 mortes até março de 2022. A vacinação emergencial começou em janeiro de 2021, com a autorização de quatro plataformas vacinais pela ANVISA (Sinovac-CoronaVac, ChAdOx1 nCoV-19/AZD1222, BNT162b2 e Ad26.COV2.S), todas demonstrando segurança e eficácia na prevenção de complicações graves da Covid-19. Por serem novas para a população, muitos demonstraram receio, então os eventos supostamente atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI) foram monitorados de perto para garantir sua segurança.
ObjetivoO estudo teve como objetivo avaliar e descrever o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no ambulatório de eventos adversos pós-vacinação contra a covid-19 do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (CRIE-IIER).
MétodoO estudo descreve a experiência do CRIE-IIER ao longo de um ano, que ofereceu atendimentos gratuitos pelo SUS. Os pacientes foram encaminhados por médicos ou buscaram o serviço espontaneamente, e os dados foram analisados por características dos pacientes, tipo de vacina, sintomas e gravidade dos eventos, coletados de março de 2021 a março de 2022 por meio da revisão de prontuários do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
ResultadosDurante o período do estudo, o CRIE-IIER atendeu 72 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino (78,5%) e com idade entre 40 e 49 anos. Hipertensão arterial, diabetes e hipotireoidismo foram as comorbidades mais comuns. A maioria dos ESAVI ocorreu após a primeira dose da vacina (81,5%), sendo mais comumente relacionados a vacina ChAdOx1 nCoV-19/AZD1222. As manifestações sistêmicas foram mais comuns (89,2%) que as locais, e a maioria dos casos foi classificada como não grave (76,9%). Após o atendimento 53,8% dos pacientes tiveram como recomendação receber outras doses da vacina.
ConclusãoOs resultados indicam que os ESAVI são geralmente não graves, com um risco significativamente menor do que os associados à própria infecção pela covid-19. A imunização em massa é fundamental no combate à pandemia, e oferecer assistência especializada fortalece o acesso ao conhecimento e a importância da vacinação. O acompanhamento contínuo dos pacientes pode fornecer informações valiosas sobre quaisquer reações adversas futuras e descartar reações falsamente atribuídas às vacinas.