O vírus A da hepatite (VHA) é um Picornaviridae, do gênero Hepatovirus. A Hepatite A é uma doença inflamatória do fígado e sua contaminação é, geralmente, por via fecal-oral em condições de saneamento e higiene precários. Então, a vacinação de Hepatite A, segundo o Programa Nacional de Imunização (PNI), deve ser realizada aos 15 meses de idade. Entretanto, em resposta à pandemia do SARS-CoV-2, o Brasil instaurou políticas de isolamento social, a partir da Lei No 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, e muitos recursos da área da saúde foram concentrados para a contenção do vírus. Dessa forma, o acesso aos serviços de saúde pública nesse ano foi mais desafiador e o calendário vacinal pode não ter sido cumprido. O objetivo é analisar o impacto da pandemia do COVID-19 na PNI da vacina de Hepatite A em crianças de 1 ano, no Nordeste brasileiro no ano de 2020.
MétodosTrata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), sobre a imunização de Hepatite A no Nordeste brasileiro. Os critérios de elegibilidade foram: Período (2016 a 2020), Doses Aplicadas, Faixa Etária (1 ano), Região (Nordeste) e Imunobiológicos (Hepatite A).
ResultadosO total de doses aplicadas de Hepatite A no Nordeste em crianças de 1 ano em 2020 foi 571.280, o que representa a menor aplicação anual de imunizantes entre os anos estudados, cerca de 15% a menos do que o ano anterior de 2019, em que 671.741 doses foram aplicadas. O ano com mais doses aplicadas foi 2017 com 691.607. A média de doses aplicadas no período de 2016 a 2020 é de 631.426,8. Dos 5 anos analisados, Sergipe em 2020 teve menos doses aplicadas (22.439), sendo que a sua média é de 25.651,6. O Estado com mais doses aplicadas foi a Bahia, em 2017, com 157.554, porém, em 2020 teve 138.088. A mediana equivale a 636.216 e o total de doses aplicadas nessa Região em 5 anos foi de 3.157.134.
ConclusãoNo ano de 2020, menos crianças de 1 ano foram vacinadas para a Hepatite A no Nordeste. Por análise ponderativa, deve-se considerar alarmante, pois as crianças não imunizadas podem ser expostas ao VHA e futuramente contraírem uma doença evitável. Portanto, as campanhas de imunização devem ser reorganizadas em tempo de pandemia, respeitando o calendário vacinal vigente, contendo novos surtos. As limitações encontradas foram quanto aos dados subnotificados do sistema.