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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 120
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NEUROTUBERCULOSE E NEUROCRIPTOCOCOSE CONCOMITANTES COMO DOENÇAS DEFINIDORAS DE AIDS - RELATO DE CASO
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Marcos Felipe de Carvalho Leite, Nathalia Ramos Bento, José Carlos Leme Junior, Dayanne Ramos Bento, Eveline Fernandes Nascimento Vale
Hospital de Base do Distrito Federal (HB), Brasília, DF, Brasil
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A neurotuberculose e a neurocriptococose são consideradas duas das principais neuroinfecções que acometem os pacientes imunossuprimidos, sendo que a associação sinérgica dessas infecções impacta em uma alta morbimortalidade e na suspeita destas infecções oportunistas, a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) deve ser sempre investigada. MFC, 49 anos, sexo feminino, sofreu queda da própria altura e apresentou disartria e pico hipertensivo, sendo realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio e sem achados específicos. Realizada também TC de tórax que evidenciou lesões pulmonares sugestivas de pneumocistose e teste rápido para HIV reagente. Evoluiu com cefaleia, estrabismo e nistagmo, sendo realizada punção lombar para estudo do líquor cefalorraquidiano (LCR), com pressão de abertura de 44 cmH2O, demonstrando hipertensão intracraniana (HIC). Análise do LCR evidenciou Cryptococcus neoformans na pesquisa direta para fungos e Mycobacterium tuberculosis através do GeneXpert. Iniciado tratamento com fluconazol e anfotericina B lipossomal para neurocriptococose e rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RIPE) associado a prednisona para neurotuberculose. A contagem de linfócitos TCD4 teve resultado de 9 células/μL e o valor da carga viral do HIV foi de 1557 cópias/mL. Devido a persistência da HIC e necessidade de redução de antígenos circulantes, foram realizadas punções lombares diárias, com melhora significativa dos sintomas neurológicos. Segue ainda em internação hospitalar, em uso de fluconazol em fase de consolidação para meningite criptocócica e em uso de RIPE, mantendo bom estado geral. A paciente aguarda o tempo de tratamento seguro das neuroinfecções para o início da terapia antirretroviral, a fim de minimizar os riscos da síndrome da reconstituição imunológica. As neuroinfecções são mais frequentes em pacientes com imunossupressão e são condições definidoras de Aids em pacientes com HIV. Embora diversos casos destas coinfecções tenham sido publicados em periódicos internacionais e haja informações sobre o manejo, tratam-se de doenças negligenciadas e com escassez de dados recentes, sendo que a meningite criptocócica e tuberculosa possuem ainda elevada morbimortalidade e necessitam de um manejo mais crítico,a fim de evitar seqüelas ou desfecho letal. A suspeita diagnóstica e a investigação precoce são primordiais para o início da terapia adequada na tentativa de modificar o prognóstico do paciente.

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