A mortalidade materna é um problema importante principalmente nos países de baixa renda, e com a pandemia de COVID-19, tal situação complicou ainda mais a assistência e o acesso a saúde de gestantes e puérperas. No Maranhão que é o estado com as maiores taxas de mortalidade materna do pais, os números vinham caindo após cinco anos consecutivos, através de esforços entre OPAS, CONASS e demais órgãos públicos estaduais. Entretanto, a pandemia de COVID-19, expôs fragilidades de uma rede de assistência com um aumento expressivo no número de casos de óbitos maternos. O objetivo do estudo é demonstrar a evolução dos óbitos maternos desde o início da pandemia de COVID-19 no sul do estado do Maranhão. O sul do estado tem uma importância econômica, social e geopolitica importante, pois é divisa de três estados (Pará, Maranhão e Tocantins) com uma população de mais de 1 milhão de habitantes.
Material e métodosTrata-se de um estudo descritivo, quantitativo, transversal e retrospectivo, com coleta dos dados do período de janeiro de 2020 a setembro de 2021. Os dados foram coletados no comitê de óbitos maternos da vigilância epidemiológica estadual do Maranhão.
ResultadosEm 2020 houve no total, 9 óbitos maternos e em 2021 até o momento de coleta dos dados foram 22 óbitos. Em 2021 dos 22 apenas 3 (13,6%) óbitos não foram por infecção por COVID-19. A maior parte dos óbitos no aconteceu no puerpério (78%). Com mais de 60% dos óbitos evitáveis.
ConclusãoA mortalidade materna já era um problema importante no Maranhão e a pandemia de COVID-19 expos ainda mais as deficiências da assistência em saúde materna. Sendo que o puerpério se mostrou o período de maior risco para óbito, muito provavelmente por uma rede de assistência ruim e deficiente. Tais fatos demonstram a importância de uma rede de assistência materna com a necessidade de implantação de fluxos e rotinas de decisão que possam prestar uma melhor assistência ao parto e puerpério. A vacinação de gestantes e puérperas também é uma medida importante para reduzir esses dados.