Journal Information
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-003
Open Access
METEMOGLOBINEMIA APÓS USO DE PRIMAQUINA: RELATO DE CASO EM INDÍGENA COM COINFECÇÃO MALARIA E DENGUE
Visits
1860
Marielle K.S. Lima, Thiago F. Toledo, Luis Felipe C. Florez, Rafael S. Mazza, Igor J. Souza, Victor C.A. Tonhá, Maiara C.F. Soares, Fellipe R. Pereira, Elza G.B. Pereira, Sérgio de Almeida Basano
Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho, RO, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S2
More info
Introdução

A metemoglobina (MTE) é a hemoglobina oxidada no estado férrico (Fe 3+), diferente de sua configuração normal no estado ferroso (Fe 2+). A MTE não consegue se ligar ao oxigênio, comprometendo sua distribuição aos tecidos. Pode ser congênita ou adquirida, sendo a última causada por agentes exógenos como medicamentos, resultando em quadro com múltiplos diagnósticos diferenciais, que se não tratado pode levar ao óbito.

Objetivo

Relatar o caso de um paciente indígena com metemoglobinemia após uso de primaquina, atendido no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (CEMETRON) em Porto Velho - RO.

Método

Masculino, indígena, 17 anos, procedente da aldeia Karitiana - RO, deu entrada no CEMETRON em Porto Velho - RO com diagnóstico microbiológico prévio de Malária Vivax, em tratamento com primaquina há 5 dias, tendo realizado cloroquina por 3 dias. À admissão, queda do estado geral, saturação de oxigênio (SO2) 90% e dispneia, sendo necessário oferta de oxigênio por cânula nasal 4 L/min. Verificou-se dissociação de SO2 de 99,8% na gasometria arterial comparada a oximetria de pulso de 93%. Laboratoriais do serviço mostraram plaquetopenia de 35.000/mm3 e pesquisa de Plasmodium negativo. Aventada hipótese de associação com dengue, realizada prova do laço negativa, descartados sinais de sangramento espontâneo e realizado expansão volêmica. Solicitadas dosagem de G6PD e MTE e sorologias para Leptospirose e Dengue.

Resultados

Níveis de G6PD 7,8 U/g hb e metemoglobina 9,9%, representando metemoglobinemia, sem deficiência de G6PD. Mantido O2 em máscara de alto fluxo 9 L/min, mantendo SO2 entre 93-95%. Leptospirose IGM não reagente e Dengue IGM reagente. Evoluiu com melhora do quadro, sendo feito retirada gradual da oferta de O2, com boa tolerância, até SO2 95% em ar ambiente, e elevação de plaquetas 411.000 mm3. Alta hospitalar com prescrição de cloroquina profilática semanal, por 3 meses para prevenção de recaída em substituição à primaquina.

Conclusão

A Metemoglobinemia adquirida causada por uso de antimaláricos, como a primaquina, foi descrito em estudos clínicos. O diagnóstico é clínico, devendo ser suspeitado em pacientes que apresentem baixa leitura de saturação ao oxímetro de pulso sem que haja comprometimento cardiopulmonar significativo. Mesmo em áreas de risco para malária, a suspeição clínica para dengue deve ser mantida.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools