Journal Information
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-030
Open Access
MENINGOENCEFALITE POR CITOMEGALOVIRUS EM PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA
Visits
1285
Graziella Hanna Pereira
Hospital Nipo-Brasileiro, São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 26. Issue S2
More info
Introdução

A infecção por citomegalovirus (CMV) em sistema nervoso central (SNC) ocorre comumente em pacientes com grave imunossupressão (AIDS, transplantes). A infecção em SNC por CMV pode levar a encefalite, ventriculoencefalite ou lesões em massa, mielite ou poliradiculoneurite. A apresentação grave em imunocompetente pode não ser tão rara, portanto devemos estar alertas para quadro clinico neurológico sem diagnóstico em pacientes internados em UTI.

Objetivo

Descrição de meningoencefalite por CMV em paciente em UTI.

Método

Descrevemos um paciente no pós-operatório cardíaco, com múltiplas comorbidades, internada por longo período em UTI, que evoluiu com meningoencefalite por CMV, com liquor predominantemente neutrofilico.

Resultados

Paciente 73 anos, sexo feminino, internada por 72 dias em UTI por pós operatório de cirurgia cardíaca. Submetida a revascularização do miocárdio e troca de valva mitral no início da internação. Evoluiu com quadros infecciosos sequenciais, sendo administrados antimicrobianos de amplo espectro: Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter por S. epidermidis, C. albicans e Clostridium difficile e Insuficiência renal dialítica. Após 50 dias de internação evoluiu com rebaixamento do nível de consciência e anisocoria, sendo submetida a intubação orotraqueal e diagnóstico de meningoencefelite de etiologia à esclarecer. LCR: 880 (neutrófilos 91%), proteina 48, glicose 31, lactato: 3,0. Bacterioscopia e cultura negativas. Foi tratada com meronem, polimixina e linezolida. Após 1 semana de antibióticos, sem melhora clínica, colhido novo LCR: 1200 (N-60% e L 30%) prot 89 G-83 e lactato- 4,9, bacterioscopia, cultura, BAAR e fungos negativos. Devido a piora clínica e liquórica iniciou-se esquema para tuberculose. Solicitado PCR-CMV sérico: 2000 cópias/mL, e iniciado ganciclovir, utilizado por 7 dias antes do óbito. Posteriormente o PCR CMV no LCR foi detectado e PCR herpes e micobacteria não detectados. Exames realizados: AntiHIV negativo, RM cranio: zonas de hipersinal no cerebelo, mesencefalo e angioRM arterial intracraniana com focos de isquemia aguda em múltiplos territórios vasculares, envolvendo topografia anterior bilateral.

Conclusão

Devemos estar alertas para o diagnóstico de CMV em SNC em pacientes internados em UTI por períodos prolongados e submetidos a diversos esquemas antimicrobianos.

Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools