O objetivo desse relato de caso foi demonstrar as particularidades no diagnóstico e possíveis diagnósticos diferenciais em pacientes imunossuprimidos com síndrome febril aguda. Paciente feminina, 37 A, auxiliar administrativo, portadora de artrite reumatoide, imunossuprimida em uso de Simponi associado a Metotrexato 10 mg/semana, com diagnóstico anterior de tumor desmóide em 2016. Após a 2ª dose de Simponi, cursa com quadro agudo de cefaleia de característica persistente, refratária a uso de sintomáticos, acompanhado de náuseas, com queda relativa do estado geral, sudorese de característica noturna, mialgia difusa e episódios recorrentes de febre. Durante esse período foi imunizada com a 2ª dose da vacina para o covid-19. Após a vacinação surgiu nova sintomatologia, disúria isolada. Diante disso, conduzimos com a internação hospitalar para rastreio infeccioso e vigilância clínica. Foi interrogado descompensação infecciosa viral, ITU, reação medicamentosa de suspeição pouco provável e doença hematológica. Foi solicitado laboratório completo, incluindo sorologias virais para citomegalovírus, EBV, parvo vírus, toxoplasmose, leptospirose, hemocultura de 2 amostras de sítios diferentes, EAS e urocultura, ferritina e triglicerídeos devido a febre com alterações de transaminase, aventando um possível quadro viral desencadeado por síndrome hematofágica. Complementando com exames de imagem, como USG de abdome total para avaliar a possibilidade de hepatoesplenomegalia e USG de cervical para avaliar linfonodos. Paciente evolui com piora clínica em vigência de dor abdominal. Solicitada tomografia de abdome, apresentando imagem com vesícula parcialmente distendida, associado à presença de líquido perivesicular, A clínica cirúrgica opta por abordagem invasiva, sendo realizado colecistectomia videolaparoscopia. No pós-operatório, ficando aos cuidados intensivos pela UTI e escalonado para tazocin (D10). Após resultado da sorologia para leptospirose com IgM reagente interrompeu uma longa série de exames negativos e febre prolongada, sem diagnóstico. Apresentou evolução clínica satisfatória, resultando em alta hospitalar. A artrite reumatoide é acompanhada de sintomas constitucionais inespecíficos, principalmente a febre baixa em pacientes imunossuprimidos. O diagnóstico de leptospirose foi concluído mais tardiamente, quando os exames da admissão foram disponibilizados. Um caso de uma enfermidade de alto impacto, contudo negligenciada como problema de saúde pública.
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 083
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LEPTOSPIROSE EM PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO - RELATO DE CASO
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Lucas Lopes de Souza, Lucas Lopes de Souza, Leonardo Gusmão Ramos, Fernanda Costa Sant'Anna, Rafaela Mineiro Oliveira de Souza, Ana Luiza Carneiro de Freitas, Alessandra Shirley Pereira dos Santos
Hospital Rio Doce, Linhares, ES, Brasil
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