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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 213
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INFECÇÃO OSTEOARTICULAR POR ACINETOBACTER SPP MULTIRRESISTENTE TRATADA COM TIGECICLINA E DOXICICLINA: RELATO DE CASOS
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1965
Luiz Alves da Silva Netoa, Ariana Rocha Romão Godoib, Moara Alves Santa Bárbara Borgesc, Luiz Felipe Silveira Salesd, Adriana Oliveira Guilardec
a Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
b Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), Goiânia, GO, Brasil
c Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
d Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

Pacientes com infecções osteoarticulares comumente requerem tempo de tratamento antimicrobiano por tempo prolongado. A multiresistência por vezes exige terapia antimicrobiana parenteral ambulatorial (Outpatient Parenteral Antimicrobial Therapy- OPAT) não amplamente disponível no Brasil.

Descrição do caso

Paciente A: sexo feminino, 79 anos, hipertensa, diabética, renal crônica não dialítica, submetida à fixação de fratura de fêmur após queda da própria altura. Atendida em hospital terciário de ensino. Paciente B: homem, 37 anos, obeso, com fratura de acetábulo à esquerda após trauma; submetido à osteossíntese em hospital de referência em cirurgia ortopédica. Evoluíram com infecção de sítio cirúrgico aguda. Ambos apresentavam febre, dor e secreção em ferida operatória. Paciente A foi submetida a revisão de artroplastia após 24 dias da primeira abordagem, com retirada de implantes. O paciente B foi reabordado após 8 dias da cirurgia primária, com retenção dos materiais de síntese. Apresentaram evolução desfavorável, com necessidade de várias reabordagens. Culturas colhidas no intra-operatório evidenciaram crescimento de Acinetobacter spp multirresistente nos dois casos- paciente A: MIC > 8 e B: MIC >16 para Meropenem. Paciente A foi tratada com Polimixina B e Meropenem. Evoluiu com quadro confusional e piora da creatinina; a polimixina B foi suspensa. Prescrito tigeciclina em monoterapia por 21 dias. Teve alta com doxiciclina, mantendo melhora progressiva até 6 meses de seguimento. O paciente B foi tratado com polimixina B e tigeciclina. Teve sintomas neuropsiquiátricos importantes, com liquor e ressonância de crânio normais. Optado por suspensão da polimixina B, com normalização do status mental. Seguiu terapia com tigeciclina e ciprofloxacina, devido cultura com P. mirabilis. Na alta foi prescrita ciprofloxacina e doxiciclina. Totalizou 3 meses e meio de tratamento, com resolução completa do quadro infeccioso, sem recidiva até 5 meses após a alta.

Comentários

Diante da multirresistência, alternativas terapêuticas são essenciais para continuidade da terapia ambulatorial. Apesar da indisponibilidade de teste de suscetibilidade para doxiciclina em nosso meio, houve resposta clínica e laboratorial satisfatória nos dois casos, que não tinham acesso à OPAT. É necessário disponibilização de testes de suscetibilidade do Acinetobacter spp à doxiciclina, a fim de subsidiar alternativa terapêutica para infecções osteoarticulares por este agente.

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