São Paulo é o estado com mais casos e óbitos registrados por COVID-19 no país. A dispersão da doença ocorreu de forma rápida, atingindo o interior do estado em poucas semanas. O objetivo desse estudo foi demonstrar os municípios mais atingido pela pandemia no Estado de São Paulo, 19 meses após seu início.
MétodoOs municípios paulistas foram classificados em 5 categorias: Capitais Regionais (CR, classificados com base em análises anteriores); Região Metropolitana (RM); Municípios com alta conectividade (AC); Municípios com baixa conectividade (BC) e Municípios rurais (MR), seguindo os critérios do IBGE. O estudo baseou-se nas notificações de casos e óbitos diários até 21/09/2021. A população em cada categoria foi calculada a partir de dados disponibilizados pelo IBGE. A incidência e a mortalidade foram estimada por 100 mil habitantes. Para comparação entre as categorias, a RM foi utilizada como referência e calculou-se o risco relativo e diferença de risco com intervalo de confiança de 95%.
ResultadosA RM apresentou a menor incidência (8247,35). O risco relativo para essa medida variou entre 1,39 (1,38-1,39) à 1,73 (1,72-1,73), respectivamente MR e CR. Os MR apresentaram a menor mortalidade (293,86), com risco relativo 0,84 (0,82-0,86), seguido pelos municípios BC 0,97 (0,96-0,99). OS municípios AC e as CR apresentaram risco relativo de 1,05 (1,03-1,06) e 1,17 (1,16-1,19) respectivamente. Em todas as análises o p < 0,001, exceto pela mortalidade nos municípios BC cujo p = 0,003.
ConclusãoA alta incidência e mortalidade nas categorias estudadas podem ser atribuídas a não-observação das medidas de restrição pela população, bem como pela superlotação em UTIs e falta de leitos, insumos e profissionais para o cuidado com o paciente. Os municípios mais atingidos pela pandemia, estão localizados no interior e suportam grande importância regional.