XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoNo Brasil, a malária é uma das mais importantes doenças endêmicas, principalmente na região Amazônica (99% dos casos autóctones). A região compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. No entanto a maioria dos casos se concentra na Região Norte do País. Para avaliar o risco de adoecimento por malária é utilizado a Incidência Parasitária Anual (IPA). A partir do valor da IPA, os municípios do Brasil são classificados em locais de: muito baixo risco (IPA < 1 caso/1000 habitantes), baixo risco IPA de 1 a 10 casos/1000 hab.), médio risco (IPA de 10 e < 50 casos/1000 hab.) e alto risco (IPA ≥ 50 casos/1000 hab.).
MétodosRealizamos uma breve analise da incidência dos casos de malária na Região Norte do Brasil com informações atualizadas do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP malária) referente ao período de 2017 a 2022.
ResultadosO Estado de Roraima vem apresentando significativo aumento no número de casos chegando a 150,2%, durante o período de 2017 a 2022, sendo 11.183 casos em 2017 e 26.195 casos em 2022 (IPA – 21,4 e 40,1), esse fato tem sido associado ao garimpo ilegal na região. Rondônia que vinha apresentando aumento no número de casos desde 2017 (6.734 casos), em 2022 apresentou uma redução de 18,81% (12.458 casos) em relação ao ano de 2021 (14339 casos). O Acre apresentou maior redução de casos durante o período de 36.009 casos (IPA – 43,8) para 6.135 (IPA – 6.8) casos em 2022 (298.74%). O Amapá que em 2017 apresentou 14.446 casos (IPA – 18,1) em 2022 o número de casos caiu pra 2.798 (IPA – 3,2), diminuição de 116,48%. Em relação ao Amazonas o número de casos relatados em 2017 foram 82.766 (IPA – 20,4) caindo para 55.655 (IPA – 13). O Pará com 37.101 (IPA – 4,4) em 2017 e 23.717 (IPA – 2,7) casos em 2022. Em relação ao Estado do Tocantins foram notificados 37, 5 e 1 casos entre os anos de 2017 a 2019 e nenhum caso no período de 2020 a 2022, sendo o Plasmodium vivax o responsável por 85.68% dos casos.
ConclusãoO caminho para eliminação é um processo contínuo e depende de fatores como: investimento, determinantes biológicos, fatores ambientais, fortalecimento do sistema de saúde e fatores sociais, demográficos, políticos e econômicas. O diagnóstico e tratamento ofertados oportunamente, com as ações de controle vetorial e educação em saúde, tem sido as estratégias para alcançar os objetivos de controlar, reduzir e eliminar a malária do País.