Avaliar o efeito da imunoterapia orofaríngea de colostro (IOC) sobre a incidência pneumonia em prematuros de muito baixo peso de um hospital público no interior da Bahia.

Ensaio clínico, não randomizado, ambispectivo com binômios mãe-filho atendidos em maternidade de município do interior da Bahia. Grupo intervenção composto por 70 recém-nascidos (RN), fez uso de colostro cru, por meio do gotejamento de 4 gotas (0,2 mL) na mucosa orofaríngea direita e esquerda, totalizando 8 administrações a cada 24 horas, até 7° dia de vida completo. Grupo controle composto por 86 RN admitidos na unidade neonatal antes da implementação do protocolo de IOC. A evolução destes RN foi registrada em formulário até a alta hospitalar. Foram realizadas análises descritivas e bivariada das variáveis maternas de raça/cor, idade e tipo de trabalho e desfechos neonatais pneumonia, pneumotórax e doença da membrana hialina (DMH). O software utilizado foi IBM SPSS. CAAE: 93056218.0.0000.0053. ReBEC: U1111-1222-0598.

Foram avaliados 156 binômios mãe-filho, a raça da mãe predominante foi negra (94,1%), idade maior ou igual a 18 anos (82,7%) e estavam trabalhando em atividades não remuneradas. Em relação à doença da membrana hialina, esta ocorreu em 42 (60%) recém-nascidos no grupo tratamento e em 49 (57%) recém-nascidos no grupo controle. A incidência de pneumonia no grupo tratamento foi de 1 (1,4%), enquanto no grupo controle foi de 4 (4,7%), p = 0.380.

A imunoterapia orofaríngea de colostro (IOC) na amostra não esteve associada a menor incidência de pneumonia em recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso O número de pneumonias da amostra foi pequeno para estabelecer risco. Estudos com maior n serão necessários para avaliar se IOC representa efeito protetor.