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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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IMPACTO DO PERFIL MICROBIOLÓGICO DA SEPSE EM PACIENTES COM DOENÇAS ONCOHEMATOLÓGICAS: AVALIAÇÃO EM UM PERÍODO DE 3 ANOS EM HOSPITAL TERCIÁRIO
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Luciane Luz e Silva, Diogo Boldim Ferreira, Otávio Monteiro Becker Junior, Eduardo A. Medeiros
Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

Bactérias Gram-negativas (GN) resistentes a múltiplos antimicrobianos (MR) são cada vez mais frequentes em infecções em hospedeiros imunocomprometidos. A ameaça de patógenos MR e o tratamento antimicrobiano inadequado podem afetar a letalidade e os custos gerais de saúde.

Objetivo

Avaliar perfil microbiológico dos episódios de sepse em pacientes com doenças oncohematológicas e seu impacto na evolução clínica.

Método

Estudo coorte histórico, realizado em serviço de referência em oncohematologia em São Paulo. Foram incluídos consecutivamente pacientes com sepse e choque séptico no período de janeiro/2017 a agosto/2020. O acompanhamento dos pacientes foi realizado por 30 dias. Os dados foram analisados com estatística descritiva e inferencial. Os testes consideraram nível de significância de 5%. Como o modelo possuía diversas variáveis, utilizou-se o método de seleção Stepwise backward segundo Akaike.

Resultados

Foram incluídos 329 pacientes. A proporção do sexo feminino foi de 50% e a média em anos de 59. Entre os diagnósticos hematológicos, os linfomas foram os mais frequentes (24%). No TMO, predominou autólogo (72%). A proporção de sepse foi de 73%. Os principais focos infecciosos foram pneumonia (52%), abdominal (18%), sem foco (12%) e ICS (8%). A letalidade em 30 dias foi 38%. Em 122 pacientes houve identificação de patógeno em culturas clínicas. E. coli foi o principal microrganismo identificado nos episódios de sepse comunitária (29%) e hospitalar (24%). Nos episódios comunitários, o S. pneumoniae foi o segundo agente (14%), seguido pela P. aeruginosa (13%) e K. pneumoniae (11%). Observamos maior frequência de K. pneumoniae (22%) nas sepses hospitalares. A proporção de P. aeruginosa (15%) foi semelhante. Em relação ao perfil de resistência dos GN, observamos aumento da frequência de resistência aos carbapenêmicos na sepse hospitalar (43%) em relação à comunitária (3,2%). Encontramos elevada sensibilidade às cefalosporinas na sepse comunitária (77%). A taxa de acerto da antibioticoterapia empírica foi maior nos GN sensíveis às cefalosporinas (98%); nos resistentes aos carbapenêmicos foi de 58%. Os Enterobacterales resistentes aos carbapenêmicos tiveram associação com letalidade em 14 dias (p=0,020).

Conclusões

Observamos maior taxa de inadequação da terapia empírica em pacientes com infecção por GN resistente às cefalosporinas e associação com letalidade em 14 dias em infecções por Enterobacterales resistentes aos carbapenêmicos.

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